31 de agosto de 2016

Pizzato DNA99 Merlot Single Vineyard 2011. Grande vinho!

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Cris Spinola Faria
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A uva Merlot, casta mais cultivada na França, que é equilibrada e produz vinhos bem balanceados, é a uva que está se dando muito bem e está se destacando aqui no Brasil, no Sul do país, mais especificamente na região do Vale dos Vinhedos D.O., a primeira região de Denominação de Origem do Brasil.

Se quiser saber mais sobre a uva Merlot, leia o artigo MERLOT, A UVA EQUILIBRADA que eu publiquei há algum tempo.

Pois bem. 

A adaptação dessa uva por aqui está indo tão bem, que há quem defenda que a Merlot está se tornando a uva emblemática dos vinhos brasileiros, assim como a Malbec é a uva da Argentina; a Carménère é a uva do Chile; e a Tannat é a uva do Uruguai.

Esse sucesso da uva Merlot no Brasil se deve, em parte, às condições climáticas e do solo da região, conhecida por seus altos índices de chuva, que variam de safra para safra e que, nos anos mais chuvosos prejudica variedades como a Pinot Noir, de casca fina e muito sensível, e como a Cabernet Sauvignon, de colheita tardia. A Merlot, no entanto, tem algumas características que a fazem resistir melhor a condição climática, pois é mais resistente e amadurece mais cedo que a maioria das outras variedades tintas, o que permite que a colheita seja feita antes dos períodos de maior incidência de chuva.

E de outra parte, por conta da expertise, do Know-how dos produtores nacionais, que vêm acumular décadas de conhecimento sobre a relação da uva com o terroir, e de experiência em vitivinificação, combinado as técnicas adequadas de produção de vinho, gerando produtos de excelente qualidade.

Um dos exemplos da excelente qualidade e expressividade da uva Merlot brasileira pode ser encontrada nesse rótulo do produtor Pizzato.

Edição limitadíssima, pois por enquanto, foram produzidos apenas dois lotes desse vinho: Safra 1999 e Safra 2011 (5.400 garrafas).



Vinho fermentado e macerado em tanques de aço inoxidável por 16 dias; 9 meses de estágio em barrica de carvalho francês novo (de primeiro uso), seguido de estágio em garrafa nas caves, antes da comercialização. 

Apresenta cor vermelho rubi intenso com reflexos violáceos, aromas de frutas vermelhas flambadas, geleia, especiarias doces, baunilha e ameixas secas. No paladar é um vinho encorpado e equilibrado, com boa persistência.

Vinho premiado e super bem pontuado pelos maiores críticos especializados:
  • 93 pontos Decanter Magazine (Steven Spurrier);
  • 93 pontos Weinwirtschaft (Alemanha);
  • 92 pontos Guia Adega de Vinhos do Brasil 2013/2014;
  • Wine enthusiast highlighted as “Top Brazilian Wine/Sparkling”;
  • “Best Brazilian Wine” among reds, whites and sparklings at Guia Adega de Vinhos do Brasil 2013/2014;
  • 90 pontos Guia Adega de Vinhos do Brasil 2012/2013;
  • 17.5 pontos Purple Pages (Jancis Robinson);
  • “Best Brazilian Wine” at “Top Ten Brazilian Expovinis 2011”;
  • “Best Brazilian Still Wine at “Top 6 Brazil” at Decanter Magazine.

Depois de aerado por 30 minutos a 01 hora, os aromas se abrem e se revelam ainda mais e o vinho fica complexo e poderoso.

Vinho muito bom, delicioso, para degustar bem lentamente, torcendo para não acabar.

30 de agosto de 2016

Toison d'Or Prestige Merlot 2011, Pays d'Oc

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Vinho tinto comprado na Evino.com por R$ 41,00, do produtor Fiée Des Lois (FDL), da região de Languedoc-Roussilon (ou região de Pays d"Oc), feito com 100% da uva Merlot.

De coloração vermelho rubi com reflexos violáceos, com aromas de frutas vermelhas maduras e especiarias picante (pimenta do reino).

Vinho econômico frutado, bem balanceado, simples, fácil de beber, e pode tranquilamente ser uma excelente escolha para acopanhar os mais variados pratos do dia-a-dia.

Vinho gostoso.

Excelente relação custo x benefício.

Chablis, o melhor vinho branco do mundo

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Sem exagero algum, Chablis é o vinho branco mais famoso e mais imitado do mundo, considerado por muitos o melhor vinho branco já produzido de todos os tempos.
"Se a imitação é a forma mais sincera de adulação, os vinhos de Chablis são os mais sinceramente adulados do mundo."
"Mais recentemente, vinhos rotulados como Chablis têm sido produzidos em vários lugares, como o Estado de Nova York, a Califórnia e o australiano Hunter Valley. A imitação fica no nome, porém, já que esses vinhos só tem em comum o fato de nenhum deles ter gosto que lembre remotamente o dos que são feitos na sonolenta cidade borgonhesa de Chablis ou perto dela."
(Joseph, Robert. Guia ilustrado Zahar: Vinhos Franceses. Versão em Português, edição de 2008)

O Chablis é um vinho branco seco com caráter metálico feito com 100% da uva Chardonnay, a grande maioria (e os mais típicos) sem passagem por madeira, produzido na famosa e aclamada sub-região de Chablis, localizada ao Norte de Borgonha:


Por ser situada tão ao Norte, e a apenas 50km de distância da  região de Champagne, os 3.000ha de vinhas da fria região de Chablis não é de fácil trato, não, ao contrário, a região sofre com constantes geadas, por vezes tão severas que danificam e comprometem todas as plantações.

E os vinhos produzidos em Chablis são tão únicos e diferenciados (apesar de serem tão imitados) porque apresentam um inigualável e inconfundível toque mineral, de sílex (daí serem chamados de vinhos metálicos ou metalizados), típico do terroir da parte mais ao centro da região, formada por solo argilo-calcário onde predomina o calcário chamado "Kimmeridgian", que remonta do período jurássico.

Esse tipo de calcário "Kimmeridgian" é similar mas não é idêntico com o calcário "Portlandian" que predomina nas terras ao redor, nas áreas mais periféricas.

Assim, de acordo com a área de cultivo temos que quanto mais próximo do centro da região (e da Capital, Chablis), melhor o terroir (formado por calcário "Kimmeridgian") e melhor o vinho, que vai apresentar o típico caráter metálico. E quanto mais afastado, menos característico e mais simples o terroir (formado por calcário "Portlandian") e o vinho ali produzido, que pode não ser metálico e pode inclusive ter estagiado em barricas de carvalho.

Delimitada como região de apelação de origem controlada pela primeira vez em 1930, os vinhos produzidos em Chablis foram então classificados em quatro denominações distintas, de acordo com a qualidade, dos mais simples para os mais complexos:

  • Petit Chablis: são quase sempre os vinhos mais simples, produzidos na periferia da região, leves e feitos para serem bebidos jovens. 
  • Chablis: são os mais básicos e populares, o Chablis mais típico e característico, e que podem ser excelentes compras considerando a relação custo e benefício. Podem ser envelhecidos por 2 a 5 anos.
  • Chablis Premiere Cru:  os vinhos desta Appellation ostentam no rótulo a denominação Premier Cru com indicação do nome de um dos 40 vinhedos existentes na região e que possuem esta classificação. Contudo, não basta ser um Premier Cru para ser um vinho excelente, de qualidade superior. Deveria, mas não basta, e o nome do produtor acaba fazendo toda a diferença. Podem ser envelhecidos por 4 a 8 anos. 
  • Chablis Grand Cru: são os mais complexos e mais caros, considerados os melhores Chablis, e que nunca decepcionam. Apenas sete Maisons ou Clos ostentam essa classificação: Les Clos, Blanchots, Les Preuses, Bougros, Grenouilles, Valmur e Váudesir. Existe ainda o La Moutonne, que não possui a classificação de Grand Cru mas tem o mesmo status, pois fica entre os vinhedos Váudesir e Les Preuses. Apesar de caros, ganham na relação preço e qualidade quando comparados aos grandes vinhos da Côte d´Or, outra nobre sub-região da Borgonha. O estilo dos Chablis Grand Cru é austero por ter acidez marcante, ser muito seco e mineral, complexo e encorpado. Podem ser envelhecidos por 6 a 12 anos.


Apesar de ser um vinho notadamente vivo e que é comumente bebido ainda jovem, os melhores rótulos e safras de Chablis podem e devem ser envelhecidos, sim, e de tão bom que ficam inspiram até poemas como este aqui do renomado Hugh Johnson:
"A fragrância e o sabor que surgem são a quintessência de um caráter evasivo que você pode perder se só tomar um Chablis jovem. Eu só consigo defini-lo como a combinação dos perfumes de maçã e de feno com um sabor de balas caramelizadas e uma nota mineral subjacente que parece ter minado das entranhas da terra. Uma boa safra no momento correto adquire uma riqueza dourada que me faz lembrar um Sauternes."
(Johnson, Hugh. Enciclopédia do Vinho: vinhos, vinhedos e vinícolas, versão em Português. Editora Senac, São Paulo 2011)
Nos idos dos anos 1980 a moda de envelhecimento dos vinhos em barricas de carvalho novo chegou a Chablis, mas felizmente essa tendência está passando, e as propriedades que continuam a envelhecer seus grand crus em barris novos estão bem mais sensatos, e hoje fazem uso da madeira com bastante moderação, a fim de que seus vinhos não percam a typicité chablisienne.

Mas, felizmente, muitos viticultores simplesmente passaram os anos à margem dessas tendências e continuam vinificando e envelhecendo os seus vinhos em tanques de aço ou de concreto, sem qualquer comprometimento da qualidade.

Em termos de harmonização, o Chablis comum vai muito bem com ostras frescas (e é inclusive carinhosamente chamado de "o vinho da ostras"), mariscos, caranguejo e lagosta.

Fonte: Gazeta do Povo

Já os vinhos Chablis Premiere Cru e os Chablis Grand Cru combinam bem com pratos se sabor mais intensos, como salmão defumado, com molhos cremosos, e podem ser inclusive uma boa pedida para acompanhar um foie gras.

Enfim, o Chablis é sem dúvida alguma um dos melhores vinhos brancos do mundo, cujo estilo é copiado mas nunca alcançado.

Se você ainda não provou essa maravilha, Experimente!

26 de agosto de 2016

Dicas de harmonização de vinho e comida

A harmonização do vinho com comida é uma arte, e uma das mais difíceis, eu diria, tanto para enófilos iniciantes quanto iniciados.

Isso porque a harmonização perfeita deve fazer com que a comida e o vinho combinem, conversem, e a comida deve continuar agradável, e o vinho deve ser realçado, "amaciado", "melhorado" e melhor aproveitado.

E é verdade, quando a harmonização funciona o vinho melhora mesmo, e muito como é o caso do Vin Santo (vinho doce da Toscana) quando consumido com os biscoitos Cantuccini (biscoito meio doce e seco da Toscana feito com amêndoas), na Itália, ou do mesmo Vin Santo quando consumido com Panetone, aqui no Brasil. Esse é um caso clássico de harmonização perfeita, que deixa o vinho MA-RA-VI-LHO-SO.

Cantuccini com Vin Santo

Outra harmonização que funciona, e que é fácil de achar, é o vinho tinto Red Selection (um blend das uvas Malbec, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot produzido pela Bodegas Salentein em Mendoza, Argentina) do Outback Steakhouse; vinho frutado, encorpado, potente e tânico, que chega a ser agressivo se consumido sozinho, mas que é suavizado e melhorado ao ser consumido com as carnes vermelhas suculentas e super temperadas da casa, geralmente acompanhadas de molhos ainda mais temperados, do tipo Barbecue, Chimichurri e outros.

Mas em termos de harmonização nenhuma regra é absoluta, a combinação depende muito (e quase que totalmente) dos gostos pessoais, do grau de sensibilidade e tolerância ao sal, doçura, acidez e amargor de cada um, e quando pensamos em um vinho para combinar com uma receita, pensamos nos principais ingredientes do prato (se é a base camarão, carne vermelha ou carne branca, ou se o molho é vermelho ou banco, por exemplo), e não damos muita atenção para um ingrediente ou um tempero específico, que às vezes nem faz parte da receita, e que se aparecer em pouca ou em muita quantidade pode fazer toda a diferença, e pode prejudicar a harmonização.

Por isso, para ser perfeita a harmonização só funciona mesmo se provarmos antes alguns vinhos e a comida, juntos. Aí não tem erro... a não ser se façam o prazo de um jeito diferente... ai ai ai... 

Fora isso, o que temos são regras básicas que podem facilitar esse caminho, e alguns palpites.

Para facilitar a nossa vida eu separei alguns infográficos (a maioria em Português), os que eu achei mais fáceis de "ler" e memorizar, e que vocês poderão acessar e dispor à vontade, e por em prática essa tal arte tão imprecisa de harmonização;

Vamos a eles:

Nós brasileiros amamos uma Pizza! No almoço, no jantar, no meio da semana ou nos fins de semana, não importa, a Pizza está sempre em nossas mesas.

Então pra começas as dicas de harmonização deste artigo, nada melhor do que um infográfico sobre harmonização de vinho com Pizza!

Harmonização de Pizza com vinho
Fonte: Empório Basílico

Agora se quiser eleger um único vinho que pode ser consumido com todas as Pizzas, de modo geral, escolha vinho italiano Montepulciano d'Abruzzo. Falei sobre ele aqui no Blog, na semana passada, no artigo VINHO MONTEPULCIANNO D'ABRUZZO (clique no link para acessar), o vinho amigo da Pizza!

Outra grande dúvida que assola os enófilos iniciados, é que tipo de carne combina com que tipo de vinho.

A carne branca de peixe combina com vinhos brancos mais leves e refrescantes, a carne branca de frango combina com vinho branco mais encorpado, e a carne vermelha combina com vinho tinto. Certo? Então... nem sempre... E os outros tipo de carnes?

Os infográficos abaixo, e que devem ser interpretados em conjunto, têm as respostas a essas dúvidas:

Harmonização de carnes de acordo com o corpo do vinho
Fonte: Restaurante À La Carte

Para se ter uma ideia de qual difícil e relativa é a arte de harmonização, o infográfico abaixo mostra que a escolha do vinho, se tinto ou branco, pode mudar a depender da modo de preparo do frango, por exemplo:

Harmonização de vinho com frango de acordo com o modo de preparo do frango.
Fonte: Notas de Sabor

E quais são os tipos de vinhos que melhor combinam com cada tipo de queijo? O infográfico abaixo pode te ajudar.

Harmonização de vinhos e queijos.
Fonte: Winer.com

Recentemente escrevi o artigo QUEIJOS E VINHOS: COMO HARMONIZAR (clique no link para acessar) aqui no Blog abordando de forma mais ampla exatamente essa questão, acho que vale a pena dar uma conferida :-). 

E como combinar as saladas e ou legumes? Como combinar as massas com molhos brancos e com molhos vermelhos? E os sanduíches? 

A resposta não é nada simples, requer prática e experiência. Mas para começar, deem uma olhadinha nesses outros três infográficos, vejam o que descobrem, e mãos à obra, pessoal!!! Vamos praticar e vamos acertando a harmonização dos nossos pratos prediletos com a bebida de Bacco !!!

Fonte: Vinho e Gastronomia Vinhos

Fonte: Sabore d'Italia

Fonte: Guia de Vinhos Pinterest

E neste posto era SÓ isso, pessoal. Voltamos com mais dicas de harmonização em outros artigos.

Espero que tenham gostado e que continuem acompanhamento o Blog.

24 de agosto de 2016

Petirrojo Reserva Cabernet Sauvignon 2015

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Achei delicioso este vinho chileno, feito 100% com a uva Cabernet Sauvignon, comprado na loja Empório Diniz do Shopping Pátio Higienópolis por R$ 60,00.

Produzido pela vinícola Viña Bisquertt, na região do Valle del Colchagua, no Chile, conhecida pela produção de renomados e premiados vinhos finos e marcantes que são exportados para diversos países ao redor do mundo.

De coloração rubi intenso com reflexos violáceos, com aromas de frutas vermelhas maduras, especiarias, defumados e tostados que revelam o estágio de 4 a 6 meses em barricas de carvalho francês. Vinho encorpado, com taninos marcantes de final persistente.

Vinho delicioso, ideal para ser degustado sozinho ou como acompanhamento de carnes vermelhas de sabor intenso como cordeiro ou javali, carnes vermelhas com molhos fortes e queijos meia-cura.

Excelente relação custo x benefício.

Gostei e recomendo!!!

22 de agosto de 2016

Encontro de Tudo de Vinho e Enodicas na Praia de Boa Viagem em Recife

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As estudantes do curso WSET (Wine & Spirit Education Trust) em São Paulo, Brasil, autoras dos Blogs Tudo de Vinho.com (eu, eu mesma, euzinha) e Enodicas.com.br (Julieta Japiassu) se encontraram na praia de Boa Viagem, em Recife, para um bate papo informal sobre vinhos, e claro, para a degustação do produto objeto de tantos estudos.

Fim de tarde agradabilíssimo, e que durou pouco como tudo que é bom!!!

E entre um papo e outro, provamos sem formalidades o vinho espumante nacional Casa Perini Brut Rosé (método Charmat):


Fazia calor, e a escolha de um espumante Rosé não podia ter caído melhor.

Conversa daqui, conversa dali, provamos também o vinho branco californiano Woodbridge Chardonnay 2014, do produtor Robert Mondavi:


Para fechar o encontro, para acompanhar o jantar escolhemos o La Linda Cabernet Sauvignon 2014, e que estava muito bom, obrigada!



Adorei o encontro, e eu espero que muitos outros possam vir por aí :-)

E atenção, pessoal: todas as fotos deste artigo são de nossa autoria, e não autorizamos a reprodução parcial ou total.

21 de agosto de 2016

Grande Renaissance Sauternes AOC, 2013

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No Domingo almoçamos em um restaurante japonês e pedimos Tempurá de Sorvete de sobremesa, e para acompanhar escolhemos este rótulo de vinho doce.


Produzido pela vinícola Château La Fleur, na sub-região de Sauternes, em Bordeaux, na França, feito com as uvas Sémillon (69%), Sauvignon Blanc (28%) e Muscadelle (3%) atingidas pela chamada "Podridão Nobre", provocada pelo fungo Botrytis cinerea, e que estagiou de 8 a 10 meses em barricas de carvalho.

Quando este fungo ataca as uvas há perda de água (desidratação) e consequente concentração de açúcar e de outros compostos sólidos na fruta, o que garante uma doçura natural (maior nível de açúcar residual) e de complexidade ao vinho.

De coloração amarelo dourado pálido, com aromas de mamão maduro, laranja, nozes e mel. Na boca apresenta aromas de frutas secas como damasco e tâmaras, discreto floral de laranjeira, e aroma fragrante de mel. Na boca é intenso, untuoso, com um delicioso final adocicado de persistência média.

Vinho delicioso, leve, fresco e nem um pouco enjoativo, que harmonizou super bem como a nossa sobremesa a base de sorvete.

Comprado na Wine.com por R$ 59,50, garrafa de 375ml (metade da garrafa tradicional, com 750ml de volume).

20 de agosto de 2016

Bread & Butter Chardonnay Meio Seco 2013

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Este rótulo, comprado na Wine.com por R$ 110,50, representa muito bem o tipo "Chardonnay Californiano", bem amadeirado e amanteigado.

Vinho meio seco feito 100% com a uva Chardonnay, produzido por Bread & Butter Wines em Napa Valley, na Califórnia, USA, uma parte do vinho estagiou 14 meses em barricas de carvalho americano, e a outra parte por 8 meses em barricas de carvalho francês.

De coloração amarelo palha com reflexos dourados, apresenta aromas de frutas (cítricas e abacaxi) em compota, de floral tipo jasmim,, de manteiga fresca, de côco, de baunilha e de carvalho, chegando até a ser enjoativo. Na boca é untuoso, com pouca acidez, com notas de baunilha e manteiga.

A riqueza e cremosidade desse Chardonnay harmoniza bem com molhos cremosos e untuosos, e com pratos de peixe e frango bem temperados ou com molho branco.

Merlot, a uva equilibrada

Foto: Wikipédia

Atualmente a uva Merlot é variedade de uva tinta mais plantada na França.

Isso mesmo!!! 

Esqueça a mundialmente conhecida Cabernet Sauvignon de Bordeaux e a caríssima Pinot Noir de Borgonha. Se o assunto for a França, a variedade de uva mais plantada naquele país é a Merlot!!!

E no mundo todo são cerca de 600.000 acres de área cultivada, dos quais:
  • cerca de 280.000 acres estão na França, nas regiões de Bordeaux e Languedoc-Roussillon (atualmente chamada de Pays D'Oc); 
  • cerca de 93.000 acres estão na Itália, na regiões de Toscana e Campania; 
  • cerca de 55.000 acres se encontram nos Estados Unidos, nas regiões de Califórnia e Washington; 
  • aproximadamente 39.000 acres estão na Austrália, na região Sul; 
  • perto de 25.000 acres estão no Chile; e 
  • 13.000 acres na Argentina.

Originária da região de Bordeaux, é utilizada em cortes com as uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Petit Verdot, em diferentes proporções (o chamado "corte bordalês") para produzir os famosos tintos de Bordeaux, e que são considerados um dos melhores (e mais cobiçados) vinhos do mundo. 

E sozinha, aparece no ainda mais caro, mais cobiçado, preciosíssimo e icônico vinho Petrus, do Château Petrus:

Possui cachos médios, bagos pequenos e escuros, de maturação temprana em relação à uva Cabernet Sauvignon, e dá origem a vinhos com médio corpo, taninos médios,  e com níveis igualmente médios de acidez e de álcool.


Frutado, com taninos fáceis e um acabamento suave, o vinho feito com predominância dessa uva muda muito de acordo com o processo de vinificação utilizado e principalmente em razão da região de cultivo.

Se cultivada em clima frio (França, Itália) e de altitude (Chile), o vinho produzido com a uva Merlot é mais estruturado, com uma presença maior de taninos e sabores terrosos como o tabaco e alcatrão, e chega até a ser confundidos com Cabernet Sauvignon:

Aromas do vinho Merlot da Chilena Concha Y Toro

Se cultivada em clima quente apresenta aromas de frutas passadas, e os taninos são menos prevalentes. E neste caso é comum os produtores usarem tratamento em carvalho de até 24 meses para dar ao mais estrutura ao seu vinho:

Aromas do vinho Merlot produzido em climas quentes

Enfim e para simplificar, a ilustração abaixo demonstra as características típicas do vinho produzido com a uva Merlot: nível de doçura médio a baixo, acidez média, corpo médio a alto e taninos médios. E mostra os aromas típicos mais comuns: cereja, amora, chocolate amargo, ameixa e morango.


É uma uva neutra e equilibrada, e por isso produz vinhos bastante "redondos".

Veja o posicionamento da Merlot exatamente no meio do espectro, se comparada ao corpo e à cor dos outros vinhos:


Exatamente por ser tão equilibrado, o vinho feito da uva Merlot harmoniza muito bem com uma ampla gama de alimentos e pratos, dentro os quais massas, frango e carnes vermelhas levemente temperadas.

Em contrapartida, não harmoniza com peixe ou vegetais de folhas verdes, e comida picante provavelmente irá sobrecarregar os sabores e nuances da Merlot.

19 de agosto de 2016

Maison Champy Chablis AOC 2013

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O Chablis AOC é um vinho branco seco (beeeeeeem seco) e fresco, feito com 100% da uva Chardonnay, com boa acidez e sem passagem por madeira, produzido na famosa e aclamada sub-região de Chablis, localizada a Noroeste de Borgonha.

Adoro os vinhos Chablis, e lamento que sejam poucos os rótulos que cheguem ao Brasil, e ainda por cima por preços tão caros!

Este vinho, por exemplo. é o segundo Chablis mais simples na ordem de complexidade: o mais simples é o Petit Chablis; depois o Chablis (ou Chablis AOC); o Chablis Premiere Cru; e por fim temos o Chablis Grand Cru, o mais complexo e caro de todos.

E este rótulo especificamente, do produtor Maison Champy, não é amplamente conhecido entre os vinhos de Chablis, vem ganhando popularidade desde o último ano, e foi adquirido na Via Vini.com por R$ 118,00 (preço promocional, porque o valor original anunciado seria R$ 170,00).

E claro que o preço vale a pena!

Vinho delicioso!

De coloração amarelo palha pálido com reflexos dourados, com aroma de frutas maduras como abacaxi e pêssego e um mineral bem acentuado, levemente untuoso na boca, macio e com final de média persistência. Vinho jovem e expressivo, que já está pronto para ser degustado.

Em termos de harmonização, o Chablis comum ou Chablis AOC vai muito bem com ostras frescas, e é inclusive carinhosamente chamado de "o vinho da ostras", e também vai muito bem como mariscos em geral, caranguejo e lagosta.

Experimente e me conte depois, ok?

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Provei hoje e aprovei o delicioso vinho feito 100% com a uva Merlot, comprado na loja Empório Diniz localizada no piso Veiga Filho do Shopping Pátio Higienópolis por R$ 70,00.

Produzido pela vinícola Viña Bisquertt, na região do Valle del Colchagua, no Chile, conhecida pela produção de renomados e premiados vinhos finos e marcantes que são exportados para diversos países ao redor do mundo.

De coloração rubi com reflexos púrpura de média intensidade, com aromas de frutas negras maduras, especiarias e café. Corpo médio com taninos macios, característicos da uva Merlot, com agradável final persistente.

Vinho delicioso e gastronômico, ideal para acompanhar carnes vermelhas suculentas, massas com molho vermelho e queijos amarelos.

Excelente relação custo x benefício.

Recomendo, e não vejo a hora de provar o Cabernet Sauvignon dessa mesma linha.

18 de agosto de 2016

Vinho Montepulciano D'Abruzzo DOC


Uma da regiões mais antigas da Itália, Abruzzo é a quinta maior região produtora de vinhos no país, conhecida principalmente pelo vinho tinto Montepulciano d'Abruzzo DOC, produzido com a uva Montepulciano, e também pelo vinho branco Trebbiano d'Abruzzo DOC, feito com a uva Trebbiano.


Para se ter uma ideia, a produção anual de vinhos da região de Abruzzo é duas vezes maior que a produção da famosa região da Toscana, muito embora Abruzzo tenha cerca de metade da área de vinhedos cultivados.

O vinho tinto Montepulciano d'Abruzzo é o símbolo da região de Abruzzo, e também é um dos vinhos italianos mais comercializados em todo o mundo em razão da excelente relação qualidade e preço.

Até pouco tempo atrás o Montepulciano d'Abruzzo era rotulado como "vinho tinto de preço baixo amigo da pizza". Felizmente vários produtores têm investido e conseguido mostrar o potencial surpreendente desta uva produzindo vinhos de qualidade superior e que são melhor apreciado após 4 ou mais anos de envelhecimento.

A uva Montepulciano, que dá origem aos vinhos tintos dessa região, é a segunda uva tinta mais plantada na Itália, depois da Sangiovese.

Tem cor rubi intensa e profunda, baixa acidez e taninos doces, dando ao vinho delicado aroma frutado e leve acidez, que faz com que seja bom se consumido ainda jovem mas que também pode ser degustado com 5 até 10 anos de vida.

A imagem abaixo ilustra bem os aromas de ameixa vermelha, orégano, cereja azeda, amora e alcatrão, bem como as características básicas (níveis de fruta, corpo, tanino, acidez e de álcool) que podem ser esperados de um vinho feito com Montepulciano:



E a denominação do vinho muda de acordo com o percentual mínimo da uva Montepulciano na bebida: 

  • Montepulciano d'Abruzzo DOC (mínimo de 85% ); 
  • Montepulciano d'Abruzzo Colline Teramane DOCG (mínimo de 90%); e 
  • Controguerra Rosso DOC (mínimo de 60%)

Por ser um vinho de corpo médio e de acidez média a alta, combina uma gama ampla de alimentos e pratos. No entanto, os sabores de ervas e tabaco com tanino aderente combina bem como alimentos mais ricos, mais salgados e gordurosos. 

Por isso a fama (merecida) de vinho amigo da pizza!!! Eu eu aproveito, claro!!!



Se ainda não conhece esse vinho, vale a pena conhecer. Eu particularmente gosto bastante, especialmente para acompanhar as refeições.

17 de agosto de 2016

Viu Manent Noble Sémillon Botrytis Selection 2013

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Cris Spinola Faria
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Era dia de comemoração, e claro que para acompanhar as sobremesas tinha de ter um vinho de sobremesa!

A boa escolha da noite foi este vinho botritizado (vinho doce, de sobremesa) produzido pela vinícola Viu Manet, na região do Valle del Colchagua, no Chile, feito 100% com a uva Sémillon atingida pela chamada "Podridão Nobre", provocada pelo fungo Botrytis cinerea.

Quando este fungo ataca as uvas há perda de água (desidratação) e consequente concentração de açúcar e de outros compostos sólidos na fruta, o que garante uma doçura natural (maior nível de açúcar residual) e de complexidade ao vinho.

De coloração amarelo dourado pálido, com aromas de mamão maduro, laranja, nozes e mel. Na boca apresentou doçura na medida certa, boa acidez, um pouco de untuosidade e final persistente.

Vinho delicioso, leve, fresco e nem um pouco enjoativo, que harmonizou super bem como o sorvete com cobertura de Chantilly e calda de chocolate e com o Bolo de Mousse de Chocolate ao Leite do Amor aos Pedaços.

Por ser leve e não muito doce, não harmonizaria bem com sobremesas mais doces e poderosas.

Adquirido na Wine.com por R$ 92,00.

Vinho muito gostoso, com excelente relação custo x benefício.