31 de maio de 2016

O estágio do vinho em barricas de carvalho

Na produção do vinho a utilização de barris de madeira pode ocorrer, por opção do produtor, tanto na fermentação alcóolica (para conversão de açúcares em álcool, primeira fermentação), na fermentação malolática (para conversão dos ácidos málicos em ácidos láticos, segunda fermentação, que é opcional e pode ocorrer naturalmente, ser interrompida ou induzida), quanto para o estágio do vinho depois de pronto.

É sobre a utilização das barricas de madeira neste último estágio que falaremos neste artigo.


As barricas ou barris de madeira são produzidos em sua grande maioria com carvalho francês ou com carvalho americano, e em menor escala com o carvalho europeu proveniente da Hungria, Polônia, Romênia e Rússia, geralmente com volume de 225 litros (volume bordalês), e são utilizados para o acondicionamento do vinho depois de pronto, para amadurecimento e evolução.

Outros tipos de madeira também são utilizados, como a cerejeira, usada no Vêneto para estágio dos vinhos Valpolicella Ripasso para suavizar os polifenois sem transferência de aromas abaunilhados, característicos do carvalho.

O repouso ou estágio do vinho por um certo período de tempo em barricas de carvalho permite que a bebida possa ter um contato mínimo com o ar durante o seu amadurecimento (micro oxigenação), e isso tem duas consequências: a primeira, é que o vinho respira, amadurece e evolui melhor; e a segunda, é que as moléculas de oxigênio que entram na barrica se unem aos taninos mais pesados e rústicos do vinho, fazem com que esses taninos se depositem no fundo do barril e possam ser separados e desprezados quando do engarrafamento da bebida.

Mas não é só isso.

Durante o período de estágio do vinho muitas das características da madeira são transferidas para a bebida:

  • transferência dos taninos existentes na própria madeira para o vinho, o que dá mais corpo e densidade à bebida;
  • o vinho adquire o que se chama de "aromas amadeirados", que podem ser mais intensos (se for barrica nova, sem uso, e se o tempo de estágio for maior) ou mais suaves (barricas usadas, menor tempo de estágio). As principais substâncias presentes no carvalho responsáveis pela transferência desses aromas são a Vanilina (aroma de baunilha e coco); Eugenol e Isoeugenol (aromas de especiarias doces como cravo-da-índia, canela, gengibre, noz-moscada); Frufural e 5-Metheylfurfural (aromas de avelã, amêndoas, noz);
  • pelo fato de as barricas serem queimadas por dentro para selagem antes de receberem os vinhos, elas transferem à bebida os "aromas empireumáticos" ou defumados, facilmente identificados como fumo, café, chocolate, caramelo queimado (sempre aroma de tostados ou torrados), e que também podem ser mais intensos ou mais suaves, a depender do grau da queima. A Guaiacol e 4-Methulguaiacol, substâncias oleosas presentes na fumaça da madeira, são as principais responsáveis pela transferência desses aromas para o vinho.


Por conta disso tudo, nem todas as uvas têm estrutura suficiente para estagiar em madeira, ou acabam por perder suas características e seus aromas frutados e florais, cedendo espaço somente aos aromas e nuances vindos da madeira.

As uvas brancas e tintas de corpo leve, se submetidas à madeira, estagiam em barricas novas por um curto espaço de tempo, ou em barricas já utilizadas, para atenuar a interferência da madeira no vinho.

E independentemente da casta e da estrutura da uva, os produtores que pretendem fazer vinhos mais leves, frescos, frutados e para consumo imediato, também optam por não estagiar seus vinhos por madeira.

A grosso modo e para resumir:

Quanto menos madeira, mais frescor e mais aromas de fruta e de flores (aromas primários) presentes no vinho.

Quanto mais madeira, menos frescor, menos aromas de fruta e de flores e mais "aromas amadeirados" (aromas secundários) presentes no vinho.

Um bom exercício de degustação é provar os diferentes vinhos feitos com a versátil uva branca Chardonnay, que pode produzir vinhos completamente diferentes entre si, a depender não só do terroir onde a uva é cultivada, como também da escolha do produtor em optar ou não pela passagem do seu vinho em madeira. 


CARVALHO FRANCÊS X CARVALHO AMERICANO

O carvalho é uma árvore da família das Faias, e das centenas de espécies conhecidas as mais utilizadas para a produção de barris são as Quercus robur e Quercus petrea ou Quercus sessilis, conhecidas como "carvalho francês", e Quercus alba, conhecida como "Carvalho americano".

A árvore do carvalho a ser selecionada e utilizada na produção de barris deve ser centenária. Na França, por exemplo, a árvore deve contar com pelo menos 150 anos de idade. Isso mesmo, 150 anos! 

A cada ano de vida, uma nova camada de casca se forma em torno do tronco da árvore, deixando-a mais larga, mais grossa, e a espessura e porosidade existente no espaço entre as camadas de cascas da árvore do carvalho irá definir, em grande parte, as características da barrica para o armazenamento de vinhos.

Eu explico:

Na figura abaixo fica claro perceber que o carvalho francês tem as suas camadas de cascas (ou os seus anéis) menos espessos, menos espaçados, e mais fechados (granulação fina), o que significa que essa madeira é menos porosa, e irá permitir uma entrada muito pequena de ar do ambiente para o interior da barrica, proporcionando uma micro oxigenação do vinho. 

Já as camadas das cascas do carvalho americano são mais largas e espaçadas (granulação larga), o que significa maior porosidade da madeira e maior oxigenação do vinho armazenado no interior da barrica.

E o carvalho húngaro (o último na figura), assim como o carvalho francês, também apresenta granulação mais fina que a do carvalho americano, muito embora apresente nuances diferenciadas de aromas.



Outro detalhe importante, é que o carvalho francês da espécie Quercus petrea ou Quercus sessilis é considerado o mais refinado de todos, em razão de ter granulação extra fina, ser rico em aromas de baunilhas e especiarias doces, e ser pobre em taninos, o que garante suavidade e maciez ao vinho.

Por essas características (e apesar de ser bem mais caro que o carvalho americano) o carvalho francês é preferido por muito produtores tradicionais do Velho Mundo, especialmente na própria França, por transferir ao vinho aromas mais sutis e complexos e taninos mais redondos e elegantes.

E o carvalho americano, que é mais barato, é a escolha certa do produtor que pretende dar mais corpo e robustez ao seu vinho, conferindo-lhe aromas amadeirados mais potentes e evidentes, e taninos mais rústicos.

Algumas regiões da Espanha e da Itália, assim como a maioria dos países no Novo Mundo, optam por estagiar seus vinhos um período de tempo em barricas de carvalho francês e outro período de tempo em barricas de carvalho americano, permitindo que o seu vinho adquira as características tanto de um quanto de outro tipo de madeira.

O FATOR CUSTO:

O preço das barricas de carvalho varia de USD 600 a USD 1,500, sendo o custo da produção de barricas de carvalho francês e europeu bem mais alto do que o custo das barricas de carvalho americano.

A diferença no custo de produção se justifica, basicamente, ao fato de o carvalho americano, bem mais poroso, poder ser serrado, o que representa um aproveitamento de cerca de 50% da matéria-prima e facilita (e muito) a produção.

Já o carvalho francês (assim como o europeu), bem mais robusto, só pode ser rachado, o que representa  um aproveitamento de cerca de 15% da matéria-prima, apenas.

Esse custo evidentemente influencia no preço final do vinho, considerando-se que os melhores vinhos do mundo, os vinhos de melhor qualidade, ou aqueles considerados os melhores vinhos da vinícola/Maison/Château estagiam sempre em barricas novas, que são utilizada uma única vez, pois quanto mais novo é o barril, mais influência o carvalho terá sobre o vinho.


Muitos produtores reutilizam, sim, as barricas para estágio do seu segundo ou terceiro vinho, que podem ser reaproveitados para estágio de 02, 03 e até 04 vinhos, e depois podem inclusive ser comercializados para estágio e envelhecimento de Whisky e de outras bebidas destiladas / espirituosos que irão adquirir aromas e cores tênues de vinho.

Fazendo agora o raciocínio inverso, é senso comum que os vinhos envelhecidos em tanques ou barricas de inox ou de plástico, e que recebem apenas pedaços ou lascas de carvalho (os chamados "staves" ou "chips" de madeira, cujo uso foi aprovado pela União Europeia em 2005), ou até mesmo saquinhos de pó da madeira (sim, isso existe), não teriam os mesmos aromas nobres e sutis dos vinhos maturados em barricas de carvalho, são bem mais baratos vez que o custo de produção é bem menor, e, obviamente, são considerados de qualidade inferior.

A questão de haver ou não perda de qualidade, perda dos aromas mais complexos ou perda dos sabores mais sofisticados dos vinhos que recebem os "staves" ou "chips" de madeira em relação àqueles que estagiam em barricas de carvalho é uma questão bem controversa.

É a polêmica da "madeira no vinho" ao invés de "vinho na madeira".

O que podemos afirmar sem medo de errar, é que independente do tipo de madeira, seja carvalho francês ou carvalho americano, e a par da questão do método utilizado, seja de vinho na madeira ou de madeira no vinho, acertar a mão na quantidade de madeira é fundamental, para não pesar e até mesmo não matar o vinho, e isso depende totalmente da escolha do produtor, e é essa escolha que vai determinar a qualidade e as características do produto final.

O FATOR TEMPO:

O tempo de estágio do vinho em barricas de madeira irá determinar a densidade, a intensidade, as características e até mesmo o tipo de vinho.

Na Espanha, por exemplo, um vinho Crianza estagia em madeira de 06 meses a 12 meses; o vinho Reserva estagia em madeira por pelo menos 12 meses, e deve permanecer repousando na garrafa o restante do tempo até poder ser comercializado, depois de passados 03 anos desde sua elaboração; e o vinho Gran Reserva estagia em madeira por pelo menos 18 meses, devendo permanecer em garrafa até poder ser comercializado, 06 anos depois de sua elaboração.



E na Itália, diversas regiões DOC (Denominazione di Origene Controllata) e DOCG (Denominazione di Origene Controllata e Garantita) têm regras próprias e bastante rígidas sobre o tempo mínimo e máximo de permanência dos seus vinhos em barricas de carvalho, a fim de preservar as características e identidades inerentes ao vinhos daquela região.

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Então agora você já sabe e é só começar a prestar atenção: 

Você poderá saber muito sobre um vinho se souber se ele passou ou não passou por barricas de carvalho, e a partir daí poderá principalmente definir o seu tipo de vinho ou tipo de uva preferidos.

29 de maio de 2016

Bodegas Akilia, Chano Villar 2012

Chano Villar Akilia 2012 é um vinho tinto feito de uvas Mencía, e que até hoje eu não conhecia, a partir de vinhas com mais de 60 anos de idade, na região DO (Denominación de Origen) Bierzo, e que antes de ser engarrafado estagiou por 9 meses em tanques de betão.

Vinho pontuado, recebeu 90 pontos de Robert Parker.

No nariz, aromas de frutas negras com um toque herbáceo de 

E na boca o vinho é suculento, frutado e picante, com perfil delicado e comedido. Vinho simples e austero.

Surpreendeu positivamente!

Tenho outro garrafa desse mesmo rótulo em casa, e pretendo degusta-lo daqui a um ano.

Degustado em 29/05/2016, São Paulo - SP.
Produtor:
Bodegas Akilia
Vinho:
Chano Villar
Uva(s):
Mencía
Safra:
2012
País:
Espanha
Região:
Bierzo D.O.
Fechamento:
Rolha sintética
Preço:
R$ 119,90
Comprado em:
Sonoma
Minha Avaliação:
(de * a *****)
***
Notas e observações:
Adorei, esse vinho superou as minhas expectativas!

Wine Weekend São Paulo Festival 2016


Aqui você encontra todas as informações sobre o WINE WEEKEND São Paulo Festival 2016o melhor evento de vinhos de São Paulo:

QUANDO E ONDE?

A sétima edição do evento que reúne os melhores profissionais do vinho, além de enófilos iniciantes e iniciados, acontecerá no período de 30 de junho (quinta-feira) a 03 de julho (domingo), no horário das 12h às 22h (quinta à sábado), e das 12h às 20h (domingo).

INGRESSOS:

O ingresso de entrada garante a entrada no evento mais uma taça para degustação de mais de 200 rótulos de importantes produtores mundiais de vinho.

  • Ingresso Entrada: R$ 60,00 (até 29/06) e R$75,00 (após 29/06, na Bilheteria)
Para retirar taça de degustação, entrar, visitar e participar das atrações gratuitas do evento.

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O ingresso para palestra dà acesso à palestra escolhida mais degustação 3 tipos de vinhos (nas de vinhos) ou de queijos (nas palestras de queijos)
  • Ingresso Palestra: R$15,00
ONDE COMPRAR?
Clique no Link acima
Ou acesse https://www.ingressorapido.com.br/Evento.aspx?ID=46056 ou
Ou ligue: (11) 40031212

  • Ponto de Venda sem Taxa de Conveniência:
Bilheteria do TEATRO TUCA (Teatro da PUC-SP)
Endereço: Rua Monte Alegre nº 1.024, Perdizes, São Paulo - SP
Horário de Funcionamento: Terça a Sábado das 14h às 19h e Domingo das 14h às 18h

AGENDA DE PALESTRAS:

Dia 02/07/2016- Sábado- 15:00 às 16:00
A França é reconhecida não somente pela sua gastronomia e vinhos; descubra sua grande e diversa coleção de queijos
A França tem 1 queijo para cada dia do ano

Dia 02/07/2016- Sábado- 17:00 às 18:00
Um passeio pelas regiões vinícolas Francesas Descubra porque essas regiões são tão famosas e seus vinhos tão cobiçados
Palestrante: Eduardo Viotti- Editor- Vinho Magazine

Dia 02/07/2016- Sábado- 19:00 às 20:00
Você sabe a diferença entre um vinho da Borgonha e um de Bordeaux?
Venha descobrir, degustando!
Palestrante: Eduardo Viotti- Editor- Vinho Magazine

Dia 03/07/2016- Domingo- 15:00 às 16:00
A França é reconhecida não somente pela sua gastronomia e vinhos; descubra sua grande e diversa coleção de queijos
A França tem 1 queijo para cada dia do ano

Dia 03/07/2016- Domingo- 17:00 às 18:00
Um passeio pelas regiões vinícolas Francesas Descubra porque essas regiões são tão famosas e seus vinhos tão cobiçados
Palestrante: Eduardo Viotti- Editor- Vinho Magazine

Dia 03/07/2016- Domingo- 19:00 às 20:00
Você sabe a diferença entre um vinho da Borgonha e um de Bordeaux?
Venha descobrir, degustando!
Palestrante: Eduardo Viotti- Editor- Vinho Magazine

Pennette Ubriache

Sempre que eu faço essa receita, acho uma delícia!

A receita original leva o nome de Penne Ubriache em Italiano (ou Penne all Ubriacha), e que traduzido para o Português significa Penne Bêbado, porque é feito com macarrão do tipo Penne (no meu caso usei Pennette) cozido direto no vinho, e não na água.

Prato saborosíssimo, com ingredientes simples e de fácil preparação.


Vamos lá:

INGREDIENTES (para duas pessoas):

200g de Penne seco cru (usei o Pennette Rigate Integrale da Barilla);
02 linguiças toscanas (de 150g a 200g) sem pele e esmiuçada;
1/2 cebola picada;
200g de Passata italiana (ou 03 tomates maduros crus sem pele e sem sementes ralados/triturados);
02 colheres de sopa de azeite;
o quanto baste de vinho tinto seco de boa qualidade;
sal a gosto;
pimenta calabresa a gosto;
queijo parmesão fresco ralado ou cheiro verde picado para polvilhar.



MODO DE PREPARO:

Em uma panela frite a cebola no azeite até murchar.
Acrescente as linguiças toscanas e frite até dourar.
Adicione o Penne cru, uma pitada de pimenta calabresa e o vinho tinto em quantidade que baste para alcançar e cobrir o macarrão (sem ultrapassar muito), e cozinhe em fogo médio, mexendo sempre e prestando atenção para não deixar secar e grudar, por menos tempo que o recomendado na embalagem do macarrão (se o tempo de cozimento indicado for de 9 minutos, cozinhe no vinho por apenas 7 minutos, por exemplo). 
Acrescente a Passata italiana (ou os tomates), aumente o fogo e deixe apurar por mais alguns minutos, até o molho engrossar e ficar encorpado.
Acerte o sal.
Sirva ainda quente com queijo ralado ou cheiro verde picado, e acompanhado de um vinho tinto bem encorpado e potente para harmonizar.

Os aromas desse pratos são deliciosos, e a minha cozinha ficou perfumada por horas!

O Vinho de Mesa no Brasil


VINHO DE MESA brasileiro se diferencia do Table Wine nos EUA, do Vin de Table na França, do Vin di Tavola na Itália etc. por um único e importantíssimo detalhe: o Vinho de Mesa brasileiro engloba tanto os vinhos feitos de uvas viníferas quanto aqueles produzidos de uvas não viníferas, também chamadas de uvas americanas ou uvas de mesa.

Enquanto no resto do mundo o vinho, por definição, é a bebida obtida exclusivamente a partir da fermentação alcoólica do mosto de uvas viníferas, no Brasil o vinho é a bebida obtida a partir da fermentação alcoólica do mosto simples de uva sã, fresca e madura

Grande diferença!

Para distinguir um tipo de vinho (de uvas viníferas) do outro (de uvas não viníferas), convencionou-se que os primeiros são considerados vinhos finos, feitos de uvas finas, e o rótulo necessariamente conterá a palavra FINO: “vinho tinto seco fino”, “vinho rosado seco fino", "vinho branco fino seco” etc. 

O rótulo também pode conter a expressão "de mesa": "vinho tinto fino de mesa" , "vinho tinto de mesa seco fino" ou "vinho de mesa tinto fino" etc. porque antes de mais nada o vinho fino também é um vinho de mesa de acordo com a legislação brasileira.

Essa definição pode constar inclusive nos contra-rótulos dos vinhos importados, para adequação do produto à nossa legislação:



Contudo os vinhos produzidos com uvas não viníferas ou uvas americanas são identificados a partir da AUSÊNCIA da palavra FINO no rótulo, utilizando-se apenas a expressão “DE MESA”: “vinho tinto seco de mesa”, “vinho tinto de mesa suave”, "vinho rosado suave de mesa", "vinho branco de mesa suave" etc.

Estes são comumente apresentados nas versões seco (se contiver até quatro gramas de glicose por litro) e suave ou doce (se contiver mas de vinte e cinco gramas de glicose por litro).

São os famosos vinhos de garrafões, bem mais rústicos e simples que os vinhos produzidos a partir de uvas viníferas, facilmente encontrados em todo o país, especialmente nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste. 



Para mais detalhes leia o artigo O VINHO FINO E O VINHO DE MESA NO BRASIL (clique no link  para acessar).

Não vale, portanto, confundir o vinho de mesa nacional, e que pode ser produzido a partir de uvas não viníferas ou americanas, com o vinho de mesa encontrado no restante do mundo.

Complicado, né? Mas acho que se fosse fácil não seria tão interessante...

28 de maio de 2016

Terre Alegre Sangiovese


Uma excelente opção para o dia a dia este vinho tinto varietal feito com a uva Sangiovese.

Cor vermelho rubi, frutado, leve e redondo,

Boa pedida para qualquer hora e em qualquer situação, agrada o paladar dos enófilos iniciantes e iniciados.

E a boa relação custo x benefício conta vários pontos a favor desse rótulo.


Degustado em 28/05/2016, São Paulo - SP.
Produtor:
Cielo e Terra Vini
Vinho:
Terre Alegre
Uva(s):
Sangiovese
Safra:
--x--
País:
Itália
Região:
Puglia IGT
Fechamento:
Tampa de rosca
Preço:
R$ 39,90
Comprado em:
Minha Avaliação:
(de * a *****)
***
Notas e observações:
Adorei, frutado, leve e fácil de beber

O Vino da Tavola na Itália


Assim como o Vin de Table ou atualmente denominado Vin de France, o VINO DA TAVOLA é o vinho italiano mais simples, de classificação mais baixa e SEM IG (sem Indicação Geográfica), opondo-se aos vinhos de melhor qualidade, de origem geográfica protegida e controlados:


O típico Vino da Tavola é um vinho de menor custo produzido a partir de várias uvas ou de uma única uva vinífera, que pode ser cultivada em diversas regiões e de várias safras. 

Não há regras para a produção do Vino da Tavola, e todas as escolhas ficam a cargo do produtor / vitivinicultor.

Vale a citação de um fato curioso sobre essa classificação: o vinho "Super Toscano" Tenuta San Guido Sassicaia, que está entre os 10 vinhos Bolgheri mais bem cotados; é o terceiro vinho Bolgheri mais caro (uma garrafa não sai por menos de USD 200) e é tido como o vinho mais popular da Itália de acordo com o ranking da neozelandesa WINE SEACHER (link), a exemplo de outros tantos, por muito tempo ostentou em seu rótulo a expressão Vino da Tavola, já que o corte / blend utilizado na produção desse vinho - por opção pura e simples do vitivinicultor - não obedece as regras de origem da região da Toscana, o que sugere uma verdadeira e boa provocação de seus produtores, a desafiar o engessado sistema de classificação vigente.


Não por menos e seguindo a tendência mundial para uniformização da nomenclatura dos vinhos Europeus, a classificação dos vinhos italianos também sofreu alterações a partir de 2011, e o Vino di Tavola vem passando progressivamente a ser chamado simplesmente de "Vino", ficando mantidas as demais denominações.

27 de maio de 2016

O Vin de Table na França

Dos vinhos produzidos na França o VIN DE TABLEatualmente designado VIN DE FRANCE, ou simplesmente SEM IG (sem indicação geográfica), é de todos o mais simples, representa cerca de 22% de toda a produção de vinhos no país, e não há regras para a sua produção.



Pode ser produzido com qualquer tipo de uva vinífera, cultivadas em qualquer região, com utilização da quaisquer meios de produção.

A única exigência é que no rótulo frontal das garrafas desse tipo de vinho, não pode haver menção nem do tipo (cepa, casta) da uva, nem da safra, e nem da região em que foi produzido, pois isso afronta as regras e regulamentos de appellation  contrôlée.


São os vinhos mais baratos consumidos no dia a dia, para serem tomados despretensiosamente com as refeições, e são facilmente encontrados na maioria dos estabelecimentos comerciais e restaurantes da França.

Contudo, vale anotar que atendendo a uma tendência (e um apelo) mundial para uniformização das nomenclaturas dos vinhos Europeus, o sistema de classificação dos vinhos franceses está em transição desde o ano de 2012, e atualmente os vinhos estão sendo classificados do mais simples para o de melhor qualidade em VIN DE FRANCE (em substituição ao que antes atendia pela denominação de Vin de Table), INDICATION GÉOGRAPHIQUE PROTÉGÉE (IGP), e a mais alta classificação e que designa os vinhos de melhor qualidade, APELATTION D'ORIGINE PROTÉGÉE (AOP).

Para saber mais sobre o complexo sistema de classificação dos vinhos franceses leia o artigo completo em CLASSIFICAÇÃO DOS VINHOS FRANCESES (clique no link).

26 de maio de 2016

Table Wine


TABLE WINE é um termo básico usado no mundo do vinho e em vários idiomas, com dois significados muito diferentes entre si: o primeiro define um estilo de vinho, e o segundo diz respeito ao nível de classificação do vinho de acordo com a qualidade.

Nos Estados Unidos da América o termo Table Wine designa essencialmente o estilo do vinho, que não é espumante ou frizante (e que por aqui chamamos de "vinho tranquilo"), e também não é fortificado, de sobremesa ou botritizado.

Já na Europa as expressões correlatas (Vin de Table na França; Vino di Tavola ou Vino da Tavola na Itália; Vino de Mesa na Espanha; Vinho de Mesa em Portugal; Tafelwein na Alemanha, dentro outros) dizem respeito especificamente à classificação do vinho de acordo com a qualidade ou, mais recentemente, com a identificação ou falta de identificação do local de origem e de procedência do vinho.

Fique atento a essa diferenciação.

Nos posts seguintes falarei mais detidamente sobre o Vin de Table na França e o Vino da tavola na Itália e sobre o Vinho de Mesa no Brasil.

Não deixem de ler, serão textos bem simples, curtos e muito úteis nas suas próximas compras e viagens.

25 de maio de 2016

Baron Philippe de Rothschild, Cadet d'Oc Pinot Noir 2014, Vin de Pays

Olá, 
Obrigada por visitar o Blog Tudo de Vinho e seja bem-vindo.
Em outubro de 2016 eu fiz a migração do conteúdo do Blog para outra plataforma, com novo layout e identidade visual.
Para ter acesso ao conteúdo completo e principalmente aos novos artigos, acesse www.tudodevinho.com
Obrigada e espero você por lá :-)
Cris Spinola Faria
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Adorei esse vinho.

Produzido por Baron Philippe de Rotschield, um dos grandes Châteaus de Bordeaux, e que produz o famoso e venerado Premier Cru Mouton Rotschild, além dos tradicionais rótulos Almaviva em parceria com a Concha Y Toro e Opus One em parceria com o enólogo Robert Mandavi

Linda cor cereja, aromas de frutas negras maduras com um toque de especiarias doces, vinho leve, macio e muito elegante.

Fácil de beber e convidativo.

Excelente custo benefício.

Tudo o que se pode esperar de um Pinot Noir para o dia a dia.

Degustado em 26/05/2016, São Paulo - SP.
Produtor:
Baron Philippe de Rothschild
Vinho:
Cadet d'Oc
Uva(s):
Pinot Noir
Safra:
2014
País:
França
Região:
Languedoc
Fechamento:
Tam pa de rosca
Preço:
R$ 59,00
Comprado em:
Minha Avaliação:
(de * a *****)
***
Notas e observações:
Adorei, excelente exemplar da maciez e elegância  Pinot Noir Francês.