8 de junho de 2016

Um modelo de taça para cada tipo de vinho

Iniciantes e iniciados no mundo do vinho, a taça é um acessório muito importante para melhorar a sua experiência na degustação de vinhos, e vale investir e se preocupar um pouco com isso, pois a utilização da taça correta, do modelo adequado ao tipo de vinho que você pretende servir em casa, faz toda a diferença.

Não por menos, a famosa fabricante de taças RIEDEL dispõe de cerca de 400 modelos diferentes de taças, para serem utilizadas de acordo com o tipo específico de vinho ou de acordo com a uva que é produzida.

Mas não precisamos ir tão longe! 

Ter em casa de 04 a 07 modelos de taças já é o suficiente para não errarmos no serviço do vinho e conseguirmos atingir uma gama enorme de variedade de vinhos.

Vamos às quatro taças que eu considero essenciais:


Da esquerda para a direita, temos a taça do tipo flauta ou “flûte”, de corpo alongado e estreito, com a boca ligeiramente mais fechada do que a extensão da base da taça, ideal para o serviço de vinhos espumantes e frisantes, cujo formato permite que a perlage (ou bolhas) possam percorrer lindamente toda a extensão da taça, de baixo para cima, sem se dissipar rapidamente, e permite a conservação dos aromas do vinho, que serão liberados pouco a pouco. O Champagne, o Prosecco, o Cava, o Crémant, os espumantes nacionais etc., brancos e rosés, podem ser servidos nessa taça.

O segundo tipo de taça, da esquerda para a direita, é a taça usada para o serviço dos vinhos tintos tranquilos em geral, leves ou encorpados, à exceção dos tintos de Borgonha e dos tintos de Bordeaux. O formato da taça é semelhante à taça adequada para Bordeaux tinto, só que menor.

A terceira taça é a adequada para o serviço de vinhos brancos e rosés tranquilos (vinhos que não são espumantes, não são doces (de sobremesa) e nem fortificados). Os vinhos brancos e rosés devem ser servidos a uma temperatura mais baixa, mais frios que os vinhos tintos, e por isso sugere-se a utilização de uma taça menor, para que seja colocado menos líquido na taça, que será consumido mais rapidamente e não irá esquentar na taça, enquanto o restante da bebida permanece dentro da garrafa, sendo resfriado na Champanheira ou no balde com água e gelo.

A quarta e última taça é a adequada para o serviço de vinhos doces (de sobremesa) ou vinhos fortificados (Xerez e Porto). Esses vinhos devem ser servidos a uma temperatura mais baixa, mais frios que os vinhos brancos e rosés, e por serem doces ou muito alcoólicos, sugere-se a utilização de uma taça ainda menor que a anterior, para não esquentar a bebida e para consumo em menor quantidade.

Além desses quatro tipos básicos de taças, se você estiver disposto a investir um pouco mais pode adquirir as taças para serviço especificamente dos vinhos Bordeaux tinto (à esquerda na foto abaixo) e Borgonha tinto (à direita na foto abaixo):



A taça para serviço dos vinhos tintos de Bordeaux também pode ser utilizada para o serviços dos vinhos de corte feitos com as uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc, que são as uvas tintas de Bordeaux utilizadas no chamado “Corte Bordalês” clássico. Essa taça possui o bojo arredondado, boca ligeiramente mais fechada que a largura da base da taça, e é maior em largura e comprimento que a taça utilizada para o serviço dos outros tipos de vinho tinto. 

E taça para o serviço dos vinhos tintos de Borgonha também pode ser utilizado para servir os vinhos feitos com a uva Pinot Noir, que é a uva tinta da Borgonha. Possui o corpo arredondado, bem mais largo e mais baixo que o corpo das outras taças, com a boca significativamente mais fechada em relação à largura da base da taça.

A escolha dos modelos mais adequados de taças para tipos específicos de vinhos decorre de décadas de estudos, e os estudiosos asseguram que consumir os vinhos Bordeaux e Borgonha (a exemplo de outros tantos) nas taças apropriadas valoriza as características peculiares desses vinhos, e melhora e muito a sua experiência.

Por fim, se você estiver disposto a aprimorar seus sentidos e aprofundar seus conhecimentos em degustação de vinhos, pode adquirir a taça padrão internacional ISO utilizada para degustação técnica e/ou profissional de vinhos, de forma justa e igualitária. Se você procura ter uma experiência franca e não maximizada dos vinhos que pretende analisar, este é o tipo ideal de taça para o serviço de vinhos espumantes e frisantes, vinhos tintos, vinhos, bancos, vinhos rosés, doces e fortificados (foto abaixo):



Achou que todas as taças são parecidas? Mas não são, não... São diferentes no tamanho, principalmente na altura e na largura do bojo, e são diferentes na proporção da abertura da boca da taça em relação à largura da base. Dê uma olhada no contorno de todas essas sete taças juntas, lado a lado:


Da esquerda para direita: taça para espumantes; Borgonhas tintos;
Bordeaux tintos; tintos; brancos e rosés; vinhos doces e fortificados e taça ISO.

E aqui vão algumas dicas valiosas sobre as taças e o serviço:

Na hora de escolher a taça que irá comprar, atente-se ao fato de que todas as taças, independentemente da marca e modelo, deverão ter hastes longas, compridas o bastante para que você possa segurar a sua taça somente pela haste, sem precisar segurar ou tocar no corpo da taça (que geralmente é feito de vidro/cristal muito fino) o tempo todo, para não aquecer a bebida com o calor das suas mãos.

Para um serviço adequado do vinho, em se tratando de vinhos tintos, brancos, rosés, doces e fortificados, nunca encha a taça muito além de 1/3 da sua capacidade. O limite geralmente aparece bem desenhado, representado pela parte mais larga da taça, a partir de onde ela começa a fechar. A exceção são os vinhos espumantes e frisantes, que você servir até 2/3 da capacidade da taça.

Repare bem nas fotos das taças com vinhos que ilustram este artigo, e que representam muito bem as taças ideais, com hastes longas, e com os vinhos servidos na medida certa.

Então agora, você já sabe: 

Segurar a taça pelo corpo e não pela haste, e encher a taça até a metade ou até a boca, nunca mais!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por comentar!