11 de setembro de 2016

SONETO DEL VINO (SONETO DO VINHO)


Domingo é dia de provarmos um bom vinho.
E como vinho é pura poesia, compartilho com vocês este lindo soneto:


SONETO DEL VINO
Jorge Luis Borges

¿En qué reino, en qué siglo, bajo qué silenciosa 
Conjunción de los astros, en qué secreto día 
Que el mármol no há salvado, surgió la valerosa 
Y singular ideia de inventar la alegria?
Com otoños de oro la inventaron. 
El vino fluye rojo a lo largo de las generaciones
Como el río del tiempo y en el arduo camino
Nos prodiga su música, su fuego y sus leones.
En la noche del júbilo o en la jornada adversa
Exalta la alegria o mitiga el espanto
Y el ditirambo nuevo que este día le canto
Otrora lo cantaron el árabe y el persa.
Vino, enseñame el arte de ver mi propia historia
Como si ésta ya fuera ceniza en la memória.

E em Português...

SONETO DO VINHO
Jorge Luis Borges

Em que reino, em que século, sob que silenciosa 
Conjunção dos astros, em que dia secreto
Que o mármore não salvou, surgiu a valorosa
E singular idéia de inventar a alegria?
Com outonos de ouro a inventaram. 
O vinho flui rubro ao longo das gerações
Como o rio do tempo e no árduo caminho
Nos invada sua música, seu fogo e seus leões.
Na noite do júbilo ou na jornada adversa
Exalta a alegria ou mitiga o espanto
E a exaltação nova que este dia lhe canto
Outrora a cantaram o árabe e o persa.
Vinho, ensina-me a arte de ver minha própria história 
Como se esta já fora cinza na memória.

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