26 de setembro de 2016

Cava: o icônimo espumante espanhol

Cava é o vinho espumante ícone da Espanha, elaborado a partir do "Método Tradicional" ("Traditional Method", "Traditionnelle Méthode"), pelo qual a segunda fermentação, a partir de adição de açúcares e leveduras selecionadas, ocorre em garrafa.

É o mesmo método utilizado para a elaboração do Champagne (e que por lá se chama "Método Champenoise"), e foi a resposta da Península Ibérica para o espumante francês.

Fonte: Wine Seacher

Esse espumante foi produzido pela primeira vez na Espanha na década de 1870, por Josep Raventós, no seu regresso à Catalunha depois de uma visita à França, e por ser uma tentativa clara de imitação do espumante francês, durante o primeiro século de sua existência os espumantes espanhóis foram chamados de Champaña (também Champan e Xampany).

Em 1970 as autoridades de Champagne apertaram o cerco contra o uso e abuso da denominação "Champagne", e, apoiadas por leis internacionais, tornaram necessária a criação de um outro nome para o espumante espanhol.

Foi escolhido, então, o nome Cava, que não vem de um lugar, de uma casta ou de uma técnica de vinificação, mas a partir das caves de pedra (cavernas, cavas) nas quais o vinho é envelhecido durante a segunda fermentação.

E naquele mesmo ano de 1970 o título oficial DO Cava (Denominação de Origem) foi introduzido para cobrir exclusivamente os vinhos espumantes brancos e rosados.

Níveis de rendimento máximo de 1HL de mosto por 150 kg de uvas, teor alcoólica entre 10,8 e 12,8 por cento, pressão atmosférica mínimo de quatro Atms e um mínimo de nove meses de estágio sobre as borras são requisitos para os vinhos obterem a denominação DO Cava.

Desde então o Cava ganhou fama e respeito no mundo do vinho e é agora uma marca de espumante internacionalmente reconhecida.

Fonte: Wine Searcher

O Cava é feito a partir de um Blend das castas Macabeo (escrito frequentemente Macabeu), Xarel-lo e Parellada. Em 1986 a Chardonnay foi autorizada oficialmente na mistura, sinalizando a intenção da Espanha de se mover com os tempos e competir com os outros vinhos espumantes da Europa. A uva branca Malvasia e as tintas Pinot Noir, Garnacha, Monastrell e Trepat são outras adições recentes à lista de variedades de uva permitidas na produção do Cava, embora esta última só seja permitida na produção do Cava Rosé.


É classificado de acordo com o nível de doçura, na seguinte ordem:
  • Brut Nature: contém 0-3 gramas por litro de açúcares residuais, sem adição de açúcar à bebida.
  • Extra Brut: Contém 0-6 gramas por litro de açúcar residual
  • Brut: Contém 0-12 gramas por litro de açúcar residual
  • Extra Seco ou Extra Dry: Contém 12-17 gramas por litro de açúcar residual
  • Seco ou Dry: Contém 17-32 gramas por litro de açúcares residuais
  • Semi-Seco ou Demi-Sec: contém 32-50 gramas por litro de açúcar residual
  • Dulce (Sweet): Contém mais de 50 gramas por litro de açúcar residual

Enquanto o Cava original era produzido exclusivamente na Catalunha, especificamente em uma pequena cidade chamada San Sadurní de Noya, atualmente o Cava pode ser produzido em várias partes da Espanha: Aragão, Navarra, La Rioja, País Basco, Valência e Extremadura, que têm áreas demarcadas específicas para a produção desse espumante, embora menos de 10% da bebida venha dessas regiões.

Cavas de boa qualidade são conhecidos por suas características autolíticas bem integradas de pão, creme e sabores de nozes (amêndoa) secundários. Vinhos com maior teor de Pinot Noir podem mostrar mais sabores de cereja, enquanto misturas tradicionais exibem maçã verde, pêssego e até mesmo notas terrosas.

Harmonizam muito bem com camarões grelhados, carne de porco preparada na hora, ostras e salmão.

25 de setembro de 2016

Cava Jaume Serra Cristalino Semi-Seco

Olá, 
Obrigada por visitar o Blog Tudo de Vinho e seja bem-vindo.
Em outubro de 2016 eu fiz a migração do conteúdo do Blog para outra plataforma, com novo layout e identidade visual.
Para ter acesso ao conteúdo completo e principalmente aos novos artigos, acesse www.tudodevinho.com
Obrigada e espero você por lá :-)
Cris Spinola Faria
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Os Cavas são famosos espumantes espanhóis elaborados pelo método tradicional, no qual a segunda fermentação (a partir da adição de açúcares e leveduras selecionadas) ocorre dentro do garrafa, e que, por lei, devem ser envelhecidos por um mínimo de nove meses sobre as borras antes do lançamento.

O método tradicional é o mesmo utilizado na região de Champagne, para fazer os melhores e mais celebrados espumantes do mundo, e que por lá se chama "Método Champenoise". É largamente utilizado mundo afora, inclusive para a produção de diversos espumantes nacionais, sempre com a menção "Método Tradicional" ou "Traditional Method" no rótulo.

Os Cavas são bem fáceis de se achar aqui no Brasil, principalmente porque são espumantes gostosos, de boa qualidade, e a preços acessíveis.

Eu, particularmente, gosto bastante.

E o rótulo deste post é um Cava Semi-Seco elaborado pela Bodegas Jaume Serra, localizada em Vilanova i La Geltrú (Barcelona), região da Cataluña, comprada em 1997 pela família Garcia Carrión, que incorporou o Cava ao restante de suas Denominaciones de Origen (D.O.). 

Estava delicioso. Provei em um dia e no dia seguinte já saí pra comprar outra garrafa.

Elaborado com as uvas Parellada, Macabeo e Xerel-lo (o chamado "Cava Blend"), de coloração amarelo palha com reflexos esverdeados, com bolhas pequenas abundantes e desprendimento regular, na vertical. Boa intensidade aromática, com notas complexas de frutas (melão e pêssego) e discreto floral. Muito gostoso em boca, equilibrado, sedoso, macio, agradável retrogosto e final persistente.

À venda na Wine.com por USD 8.99, e à venda no Brasil na Empório Mercantil.com.br por R$ 49,00; na Wine Brazil.com.br por R$ 62,00, e na Bebida Online.com.br por R$ 67,90.

Dessa mesma bodega, o Cava Jaume Serra Brut recebeu os prêmios "International Wine and Spirit Competition 2010", medalha de bronze; "Berliner Wein Trophy 2012", medalha de prata; e "International Wine and Spirit Competition 2012", medalha de prata. Será o próximo Cava que eu irei provar.

E atenção, pessoal, fica a dica: 

É O Cava, O Prosecco e O Champagne se estiver se referindo à bebida, ao espumante. Dizer A  Cava, A Prosecco e A Champagne só vale se estiver falando das regiões produtoras ou denominações de origem, e que dão os seus nomes aos seus espumantes. Agora que você já sabe, não precisa errar mais :-)

23 de setembro de 2016

Top 10 países no consumo de Vinho Tinto


Encerrando a série de artigos sobre o mundo do vinho em números, falemos agora dos países que são os maiores consumidores de VINHO TINTO. 

Nesse particular, no gráfico abaixo vemos estimativas em projeção para o ano de 2017, aparecendo a China (incluindo Hong Kong) como o maior consumidor em volume, respondendo sozinha pelo consumo de 206.97 milhões de 9L por ano, apresentando um crescimento impressionante de 33.17% em relação ao ano de 2013!



Fonte: South China Morning Post

Na segunda posição desse ranking de consumo de vinho tinto vêm os Estados Unidos da América, respondendo pelo consumo de 158 milhões de 9L, com um significativo crescimento de 13,66%; seguida então pela França, com 137.91 milhões de 9L; pela Itália, com 130.76 milhões de 9L; e pela Alemanha, com 113.32 milhões de 9L:

A nossa vizinha Argentina vem na sexta posição, respondendo pelo consumo de 69,5 milhões de 9L de vinho tinto por ano. 

Nada mau de novo, Hermanos!

E o Chile também não aparece nessa estatística, o que nos leva a deduzir que aquele país na verdade pode consumir menos vinho tinto que o Brasil, que aqui aparece na décima posição.
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Por fim, achei interessante registrar que a China não vem crescendo apenas na quantidade de vinho consumido anualmente, mas, a ritmo galopante, vem crescendo em termos de consumo de vinhos caros. 

Isso mesmo, a China já desponta na segunda posição no ranking de país consumidor de vinhos de alto valor comercial, realizando inclusive diversos leilões presenciais e virtuais para aquisição de vinhos raros e caríssimos, e que são inacessíveis para a maioria de nós, pobres mortais.

Dá-lhe China!

22 de setembro de 2016

Crios Torrontés 2014, da Enóloga Susana Balbo


Vocês conhecem a uva Torrontés?

É uma variedade de uva branca aromática de origem espanhola, da região Galiza, também é cultivada na Argentina, Portugal e Bulgária, muito semelhante à Moscatel, e que produz vinhos leves e frutados.

A par dessa informação, há quem defenda que essa casta surgiu mesmo foi em solo argentino, a partir do cruzamento natural entre as uvas Moscatel e Criolla, e que seria, portanto, uma uva autóctone Argentina.

O fato é que hoje essa uva é praticamente exclusiva da Argentina, onde é cultivada na maioria das regiões vitivinícolas, com maior destaque no Norte do país. 

Outro fato interessante, é que na Argentina há a Torrontés Riojano, de maior qualidade; e a Torrontés Sanjuanino e Torrontés Mendocino, de menor qualidade.

Os vinhos produzidos com essa uva são muito aromáticos, carregados de aromas frutais e florais, e que também podem apresentar notas de ervas e de especiarias. Em boca são vinhos frutados, leves e refrescantes, com acidez elevada, que geralmente não passam por madeira, e devem ser consumidos jovens.

E esse rótulo do produtor Domínio Del Plata, da enóloga Susana Balbo, não foge às características da Torrontés.

Vinho premiado, recebeu medalha de prata no San Francisco International Wine Competition 2014.

Apresenta coloração amarelo palha com reflexos esverdeados, aromas de frutas cítricas, frutas brancas e florais, com boa acidez, leve e refrescante.

Deve ser servido a uma temperatura mais baixa, cerca de 8°C a 9°C, o que o torno o vinho perfeito para ser consumido nos dias mais quentes.

Comprado na Evino.com.br por R$ 47,00.

21 de setembro de 2016

Viagem Enogastronômica pela Itália Central

Já foi para Itália e quer ir de novo? 

Está de malas prontas indo pela primeira vez? 

Ou ainda está só sonhando em poder ir algum dia?

Então junte-se a nós nessa viagem pelas delícias da culinária regionalizada e dos vinhos da Itália Central, que abrange as regiões da Toscana, Umbria, Abruzio, Marche e Lazio: 


Como eu já havia dito no artigo que inaugurou esta série, Viagem Enogastronômica pelo Norte da Itália, por lá é tudo muito regionalizado, e o que é produzido e consumido em uma região não é visto em outra.

Vale a pena, então, conhecer os vinhos e os práticos típicos de cada região, a fim de bem aproveitar  o que a Itália Central tem de melhor a oferecer.

TOSCANA:

Toscana!!! Ahhhhhhhh, Toscana!!!  

Temas de tantos filmes, que inspira romances e romancistas. É lá que fica a linda e aconchegante Florença, berço do Renascimento, cidade natal de Dante Alighieri, com a sua Ponte Vechio, seu Castelo Vechio e os seus muitos Museus. Cenário de obras renascentistas de Michelangelo, Leonardo da Vinci. Giotto Botticelli, Rafael Sanzio, Donatello e outros tantos...

E ainda tem Pisa, e tem Siena... 

Essa região é a terra dos venerados vinhos Brunellos de Montalcino DOCG e dos deliciosos Chiantis Classicos (aqueles com o selo do "galo nero" na garrafa):


É a terra dos elegantes e sofisticados vinhos Bolgheri (os "Super Toscanos", os "vinhos fora da lei"), que evoluem com grande complexidade, feitos principalmente com uvas francesas, com preço elevado e disponibilidade limitada (Sassicaia, Ornelaia e outros "aias", Guado ao Tasso, Grattamaco):


E é lá que nos deliciamos com o Vin Santo, vinho doce feito com uvas passificadas simplesmente delicioso, inigualável, e que por lá é consumido com os biscoitos "Cantucci", super secos e amendoados. Nem tente comer um "Cantucci" sem molhar no Vin Santo. Ou em uma taça de vinho quente, daquele que a gente compra nas feirinhas locais... eu fiz isso e adorei :-)



Não sabe que vinhos provar e comprar? Prove todos. Compre todos. 

Toscana é a terra da culinária sóbria, sem exageros, genuína e refinada, baseada em peixes e frutos do mar, carne, ovo, legumes, castanhas, cogumelos e batatas, e também à base de pão rigorosamente sem sal. 

É a terra da famosa Bisteca alla Fiorentina, servida mal passada mesmo (não tente mudar isso), deliciosa, de dar água na boca:


É onde se come Acquacotta, Cacciuco alla Livornese, Trippa alla Fiorentina e Papa al Pomodoro:


Onde se comem as sobremesas Ricciareli di Siena e Panforte di Siena:


UMBRIA:

Umbria é a terra de pratos simples e naturais, feitos com produtos da estação cozidos no vapor ou assados, aromatizados com azeite de oliva extra-virgem, com destaque para a Trufa Negra de Norcia, as batatas, os queijos e a lentilha di Castellucio di Norcia e dos saborosos embutidos de Norcia.

Onde se comem as massas Pasta alla Norcina (foto abaixo) e Umbricelli in Salsa Trasimeno:


ABRUZZO:

Terra dos vinhos Montepulciano d'Abruzzo DOCG. Os melhores vinhos têm cor intensa, fruta deliciosa, boa acidez, taninos maduros e firmes. Qualidade variável, mas sempre com boa relação entre preço e qualidade. O Colline Teramane é considerado o rótulo de melhor qualidade dessa denominação.

É a região onde fazem as famosas massas Maccheroni alla Chitarra:



E finalmente, MARCHE:

Região de cozinha tipicamente refinada e elaborada, com predominância de peixes e frutos do mar no espeto e sopa na zona costeira, e carne de porco e de javali, com a qual se faz o prosciutto e a porchetta, na zona interior. É a terra da Azeitona Ascolane, azeitona frita típica de Ascoli Piceno.

E repito aqui o melhor conselho que eu já recebi, e que eu acho que posso passar adiante: prove os pratos típicos de cada região com os vinhos locais. Essa combinação não vai ter erro. E na Itália, como os italianos: seja tradicional e prove os Vinos di Tavola nos restaurantes.

Por ora é só, e no próximo artigo viajaremos pelo Sul da Itália e seus cenários paradisíacos.

Não perca!!!

Top 20 países no consumo de Vinho per capta


Nos posts anteriores falamos sobre os países que são os maiores produtores de vinho (clique aqui para ler), os países que são os maiores consumidores de vinho em volume (clique aqui para ler), e sobre os países que são os maiores exportadores de vinho (clique aqui para ler).

Agora, dando sequência, mudamos o enfoque e falaremos sobre os países que são os maiores consumidores de vinho em litros per capita!

Será que o cenário muda? 


Será que os países que mais consumem vinho per capita não são aqueles mesmos que lideram os rankings de maiores consumidores de vinho por volume ou de vinho tinto?


O cenário não muda, muito não!


Neste quesito, os países que que aparecem no topo da lista de maior volume de litros de vinho consumidos por habitantes são a Itália na 1ª posição e a França na 2ª posição 
(isso não foi surpresa nenhuma), a Suíça na 3ª (quem diria?), Portugal na 4ª e Áustria na 5ª, seguidos da Grécia, Dinamarca, Alemanha, Argentina e finalmente Hungria, na 10ª posição.


Fonte: Good Food Revolution

Olha a Argentina aí de novo!


E abaixo estão os outros 10 países no ranking dos maiores consumidores de vinhos per capta, despontando Bélgica e Luxemburgo na 11ª posição, seguidos da Austrália, Uruguai, Nova Zelândia, Países Baixos, Suécia, Eslováquia, Romênia, Reino Unido (na 19ª posição? os ingleses gostam mesmo é de Pale Ale, penso eu...) e Espanha na 20ª e última posição do ranking:


Fonte: Good Food Revolution

19 de setembro de 2016

Os gigantes na exportação de vinhos


Continuando a série sobre o mundo do vinho em números, recheada de gráficos e estatísticas sobre o vasto mundo do vinho, falaremos agora dos países que são os maiores exportadores de vinho.

E a Itália, uma das maiores produtoras ao lado da França e da Espanha, reina absoluta quando o assunto é exportação!



Mapa das regiões produtoras de vinho na Itália.

De acordo com as estatísticas do ano de 2014, a Itália apareceu na primeira posição, como a grande exportadora de vinhos em volume para o restante do mundo, seguida da Espanha e da França:


Fonte: Italian Wine Central

No ano de 2013 já não havia sido diferente, tendo sido apontada a Itália como o maior país exportador de vinho em volume, em escala mundial, seguida então pela França e da Espanha, que naquele ano aparecia na terceira posição. E no quinquênio anterior, período de 2008 a 2013, a situação havia sido exatamente a mesma:


 O.I.V.2014 
In volume, Italy and Spain are the leaders, although suffering from a low crop in 2012 in the Northern Hemis...
Fonte: Slide Share

O cenário muda, contudo, se deixarmos de considerar os índices de exportação por volume e passarmos a considerar os índices de exportação por valor econômico, quando então a Itália perde a primeira posição para a França. líder do ranking nesse segmento, seguida da Itália e da Espanha:



 O.I.V.2014 
Since the beginning of the Century, all the top 10 exporters increased their value. France remains clearly t...
Fonte: Slide Share


Ao menos aqui no Brasil essa estatística reflete perfeitamente bem a realidade, pois a maioria dos vinhos da Europa a que temos fácil acesso nos supermercados e na maioria das lojas, especializadas ou não, provêm mesmo da Itália, da Espanha e da França.

É bem verdade que aqui no Brasil achamos alguns vinhos do Porto e vinhos Verdes provenientes de Portugal, mas não são nem de longe a maioria.

Também é verdade que achamos muitos vinhos chilenos e argentinos à venda por aqui, mas isso se deve em grande parte à proximidade desses países com o Brasil, e é possível que a nossa percepção de um grande volume de exportação de vinhos por esses países não encontre correspondência no restante do mundo.

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18 de setembro de 2016

La Griffe Bernard Chéreau Muscadet Sèvre et Maine Sur Lie 2013


Vinho leve, fresco e muito agradável produzido pelo produtor Chéreau Carré, no Vale do Loires na França, feito 100% com a uvas Muscadet (ou Melon de Bourgogne), com amadurecimento em tanques de aço inox sobre suas borras (Sur Lie).

De coloração amarelo palha, com aromas de frutas cítricas e maça verde, de corpo leve, refredcante e de final média persistência.

Comprado na Cavatappi Enoteca.com.br por R$ 125,00.

Sobre o vinho Muscadet:

Muscadet é um vinho branco francês feito no extremo oeste do Vale do Loire, perto da cidade de Nantes na região de Pays de la Loire, vizinha da Região Bretanha. O Muscadet é o vinho mais produzido no Loire. 

É feito a partir da uva Melon de Bourgogne (e que não é mais cultiva na Borgonha), muitas vezes referida apenas como melão. 

A denominação Muscadet genérica, criada oficialmente em 1937, contém três sub-denominações regionais:

  • Muscadet Sèvre-et Maine, criada oficialmente em 1936, cobrindo 20,305 acres (8.217 hectares) com 21 aldeias no departamento de Loire-Atlantique e 2 no departamento de Maine-et-Loire. Esta denominação produz 80% de toda a Muscadets.
  • Muscadet-Coteaux de la Loire, criada oficialmente em 1936, cobrindo 467 acres (189 hectares), com 24 aldeias espalhadas por todo o Loire-Atlantique e Maine-et-Loire departments.
  • Muscadet-Côtes de Grandlieu, criada oficialmente em 1994, beneficia de microclima do Grandlieu lago, e esta sub denominação abrange 717 hectares com 17 aldeias do departamento de Loire-Atlantique e 2 aldeias do departamento de Vendée.

Sobre o método Sur Lie:

O método Sur Lie de vinificação consiste em deixar o vinho após fermentação alcóolica em contato com os resíduos (borras) da fermentação, formados por bitartarato de potássio, tartrato de cálcio, proteínas coaguladas com tanino, substâncias pécticas e células de leveduras e bactérias mortas, e que se chama Lie em francês, Lee em inglês, e que os italianos chamam de feccia

Como as borras da fermentação ficam depositadas no fundo do tanque, o vinho tem de ser constantemente mexido para permanecer em maior contato com as borras, e a essa prática os enólogos dão o nome de Bâtonnage

É uma técnica normalmente associada ao enriquecimento de vinhos brancos, espumantes ou não, pois o contato com as borras de levedura exerce influência sobre a estrutura tânica dos vinhos, dando mais corpo, aroma, estabilidade, dando ao vinho ainda mais estrutura, peso, complexidade aromática, profundidade no sabor e inclusive mais estabilidade à cor da bebida.

Marquis de Balmont 2012 Côtes de Bourg AOC 2012


Vinho com boa relação entre qualidade e custo do Produtor Maison Sovex Grands Chateaux feito com as uvas Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc (corte Bordalês).

A Maison Sovex Grands Chateaux foi criada por Justin Onclin em 1982, e ele tinha a pretensão de elaborar vinhos de bom valor que pudessem refletir os mais diversos e valiosos terroirs da grande região de Bordeaux. 

No ano de 2001 associou-se com os Woltner Frères, parceria da qual surgiu a Sovex Woltner.

Atualmente a Sovex Grands Chateaux é membro do cobiçado círculo dos principais comerciantes dos vinhos de Bordeaux, capaz de oferecer uma ampla gama de vinhos classificados em crescimento e nomes de renome da margem direita e esquerda (dos rios) da região.

Vejam só o peso desse time de vinhos nobres:


Vinho de coloração vermelho rubi intenso, aromas de frutas vermelhas, com taninos redondos e final persistente.

De excelente relação entre qualidade e preço, este vinho foi adquirido na Evino.com.br, por R$ 60,00.

ODA AL VINO (ODE AO VINHO), belíssimo poema de Pablo Neruda


"ODA AL VINO" 
Pablo Neruda

Vino color de día
vino color de noche
vino con pies púrpura
o sangre de topacio
vino, 
estrelloado hijo
de la tierra
vino, liso
como una espada de oro, 
suave
como un desordenado terciopelo
vino encaracolado
y suspendido,
amoroso, marino
nunca has cabido en una copa,
en un canto, en un hombre,
coral, gregario eres,
y cuando menos mutuo.

El vino
mueve la primavera
crece como una planta de alegría
caen muros, 
peñascos, 
se cierran los abismos,
nace el canto.
Oh tú, jarra de vino, en el desierto
con la saborosa que amo,
dijo el viejo poeta.
Que el cántaro del vino
al peso del amor sume su beso.

Amo sobre una mesa,
cuando se habla,
la luz de una botella
de inteligente vino.
Que lo beban,
que recuerden en cada
gota de oro
o copa de topacio
o cuchara de púrpura
que trabajó el otoño
hasta llenar de vino las vasijas
y aprenda el hombre obscuro, 
en el ceremonial de su negocio,
a recordar la tierra y sus deberes,
a propagar el cántico del fruto.

E em Português...

"ODE AO VINHO" 
Pablo Neruda

Vinho cor do dia
vinho cor da noite
vinho com pés púrpura
o sangue de topázio
vinho,
estrelado filho
da terra
vino, liso
como uma espada de ouro, 
suave
como um desordenado veludo
vinho encaracolado
e suspenso,
amoroso, marinho
nunca coubeste em um copo,
em um canto, em um homem,
coral, gregário és,
e quando menos mútuo.

O vinho
move a primavera
cresce como uma planta de alegria
caem muros, 
penhascos, 
se fecham os abismos,
nasce o canto.
Oh tú, jarra de vinho, no deserto
com a saborosa que amo,
disse o velho poeta.
Que o cântaro do vinho
ao peso do amor some seu beijo.

Amo sobre uma mesa,
quando se fala,
à luz de uma garrafa
de inteligente vinho.
Que o bebam,
que recordem em cada
gota de ouro
ou copo de topázio
ou colher de púrpura
que trabalhou no outono
até encher de vinho as vasilhas
e aprenda o homem obscuro, 
no ceremonial de seu negócio,
a recordar a terra e seus deveres,

a propagar o cântico do fruto.

17 de setembro de 2016

Embocadero 2012, Ribeira del Duero


Delicioso vinho tinto do produtor Adega Cooperativa San Pedro Regalado, da região de Ribeira del Duero, na Espanha, feito 100% com a uva Tempranillo.

Já faz algum tempo que a uva a Tempranillo tem ganhado espaço entre no mundo do vinho, e os vinhos produzidos na prestigiada Ribera del Duero, eleita a Região do ano de 2012 pela revista Wine Enthusiast, é uma das responsáveis por essa boa e merecida fama.

Tem coloração vermelho rubi intenso, apresenta aromas de frutas vermelhas e especiarias doces. Em boca é encorpado, com taninos doces e macios e boa acidez. Vinho equilibrado, redondo, e nada se sobressai, principalmente a madeira, perfeitamente integrada.

Vinho gostoso e de boa qualidade, à venda na Evino.com.br por R$ 83,90 e na Grand Cru.com.br por R$ 70,55.

15 de setembro de 2016

Château Saint-Roch Kerbuccio 2013, 95 pontos Robert Parker


Um blend perfeito feito pelo produtor Domaine Lafage, de Jean Marc Lafage, na região de Cabirou de Maury, no Roussillon, França.

Feito com as uvas Grenache Noir (60%), Syrah (30%) e Mourvedre (10%), maturado em tanques de concreto e tonéis de carvalho por 8 meses antes de ser engarrafado sem filtração.

Este é o terceiro vinho mais cotado do Maury (baseado no ranking dos críticos), que tem recebido mais prêmios do que qualquer outro vinho da região: a safra 2008 foi premiado com "Ouro do Concours Geral Agricole Paris", e foi premiado com 2 estrelas do Guia Hachette des Vins

E a safra 2013 recebeu uma pontuação de 95 pelo The Wine Advocate de Robert Parker: 

"Uma das melhores relações qualidade-preço que eu já encontrei em muito, muito tempo, produzida na mais nova denominação de origem Francesa, Maury Sec, no Roussillon. Maury é conhecido por sua produção abundante de vinhos doces mas este é totalmente seco, corte de 40% Syrah, 40% Grenache e 30% Mourvedre maturado em tanques e tonéis de carvalho por 8 meses antes de ser engarrafado sem filtração. Um vinho de grande intensidade oferecendo notas florais copiosas, amoras, mirtilos misturadas a sugestões de carvão vegetal. Terra queimada e pedras molhadas. Denso, encorpado com riqueza magnífica e taninos macios, este vinho belíssimo poderá ser consumido agora e durante 5 a 8 anos, talvez mais" Robert Parker
À venda por R$ 308,00 na Wine Hunter.com.br Bebidas de Luxo, por R$ 308,00 na Loja Espaço DOC.com.br, e por R$ 290,00 na Via Vini.com.br.

Caro, né? Nem vou comentar, então, que mundo afora esse vinho é vendido por USD 16.00, em média.

Mudando de assunto:

Vocês notaram...

...que a informações que eu postei sobre o corte (Grenache 60%, Syrah 30% e Mourvedre 10%), e que eu tirei do contrarrótulo do vinho, não coincidem com os percentuais informados pelo crítico (corte de 40% Syrah, 40% Grenache e 30% Mourvedre)? Fica a pergunta: está certo ele, ou a importadora que fez o contrarrótulo atendendo à legislação brasileira?

E vocês sabiam que...

...os vinhos feitos de Grenache - Syrah - Mourvedre - conhecida pela sigla GSM - são a especialidade do Vale do sul do Rhône, na França?

Grenache e Syrah são fundamentais naquela parte do mundo, e que neste rótulo são complementadas com adição de Mourvedre: uma importante casta, mas um pouco menos famosa. 

Vinhos GSM, e que foram prontamente aprovadas pelo Novo Mundo, são ricos, encorpados e coriácio, e são caracterizados por aromas e sabores de frutas escuras e especiarias.


14 de setembro de 2016

O consumo de vinho no mundo em números


Dando continuidade à série sobre o mundo do vinho em números, falemos agora dos países que são os maiores consumidores.

Vocês sabem quais são?


Vamos aos números:


Dados em estimativa bastante recentes, com projeção para o ano de 2018, apontam os Estados Unidos da América como o maior país consumidor de vinho em volume (e não em valor econômico) em escala mundial, respondendo pelo consumo de 339.6 milhões de 9L em 2014 e por 377.9 milhões de 9L em 2018; seguida pela França que responde pelo consumo de 296.4 milhões de 9L em 2014 e de 288.2 milhões de 9L; pela Itália com consumo de 288.4 milhões de 9L em 2014 e 273.6 milhões de 9L em 2018; e pela Alemanha com consumo de 274.8 milhões de 9L em 2014 e de 277.9 milhões de 9L em 2018.

A China, incluindo Hong Kong, desponta na quinta posição, respondendo pelo consumo de 144.8  milhões de 9L em 2014 e de 180.7 milhões de 9L  em 2018, apresentando considerável crescimento de 69,3% em relação ao período de 2009 a 2013, e de 24,8% em relação ao período de 2014 a 2018. 

E a nossa vizinha Argentina aparece na sétima posição entre os 10 maiores consumidores de vinho do mundo, com consumo de 112.8 milhões de 9L em 2014 e de 110.5  milhões de 9L em 2018:

Nada mau, Hermanos!


O cenário mudou bastante em relação ao ano de 2013, no qual a França aparecia com o maior país consumidor de vinho (em volume), seguida de perto pela Itália, pelos Estados Unidos da América (que vinha então na terceira posição), pela Alemanha e pela China (que ocupava a quinta posição), seguida de perto pela Espanha:

 O.I.V.2014 
0 
5 000 
10 000 
15 000 
20 000 
25 000 
30 000 
35 000 
40 000 
USA France Italy Germany China United 
Kin...
Fonte: Slide Share

O Chile não aparece em nenhuma dessas estatísticas, mas outras fontes revelam que, ao contrário o que costumamos ouvir e pensar por aqui, aquele país tem um consumo relativamente pequeno, consumindo pouco mais do que consumimos por aqui, no Brasil, e menos do que é consumido na Argentina.

Acho que os chilenos gostam mesmo é de Pisco Sauer!  :-)

Já no gráfico abaixo muda-se o enfoque e apresenta-se uma noção comparativa geral do nível de consumo de vinho por continentes nos anos de 2009, 2013 e por estimativa em 2018, aparecendo a Europa como líder absoluta e isolada, respondendo pelo consumo de mais de 60% de todo o vinho produzido no mundo, seguida pela América e Ásia:


Fonte: Good Food Revolution

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13 de setembro de 2016

Soalheiro Alvarinho 2014, o melhor Vinho Verde por Jancis Robinson


Eu me surpreendi com esse Vinho Verde do produtor Quinta de Soalheiro, da região do Vinho Verde, Portugal, feito 100% com a uva Alvarinho.

Que delícia de vinho verde! Fresco, aromático, elegante, mais encorpado e mais complexo que os demais vinhos verdes.

Não era para menos, porque o produtor Quinta de Soalheiro está produzindo os melhores vinhos com a uva Alvarinho em Portugal, de acordo com a impressa especializada. 

E este rótulo em particular é considerado o melhor e o mais premiado Alvarinho da atualidade, constantemente despontando em primeiro lugar nos paineis de Alvarinhos realizado pela Revista de Vinhos portuguesa, e foi considerado pela renomada Jancis Robinson como o melhor Vinho Verde.

Recebeu pontuação 17/20 da Revista Wine.

As uvas são colhidas manualmente e após a prensagem o mosto decanta durante 48 horas, segue-se a fermentação à temperatura controlada usando-se leveduras pré-selecionadas. O engarrafamento é feito após a estabilização do vinho, seguido de um estágio em garrafa.

Cor amarela citrina, aroma com o perfil do Alvarinho Soalheiro Clássico, intenso e tropical com notas minerais. O Soalheiro 2014 é um clássico com um perfil preciso, sobriedade aromática e uma grande elegância de sabor.

Vai muito bem como aperitivo ou para acompanhar mariscos, pratos de peixe ou pratos de carnes brancas de aves.

À venda na Mistral.com.br por R$ 167,67.

Se ainda não provaram esse Vinho Verde, provem!!! É realmente muito bom...

Sobre a região do Vinho Verde:

Para quem ainda não sabe, a região do Vinho Verde fica a noroeste de Portugal, em uma área conhecida como "Entre Douro e Minho", situada entre os dois importantes rios da região (o Douro e o Minho), e o vinho dessa procedência, e que leva o nome da região, é o segundo mais produzido em todo o país, ficando atrás somente do emblemático Vinho do Porto. 

O Vinho Verde é leve e fresco, geralmente com elevada acidez, e os Vinhos Verdes brancos são comumente elaborados com as cepas Trajadura, Alvarinho, Loureiro e Arinto, os Vinhos Verdes tintos são elaborados com a casta Vinhão, enquanto os Vinhos Verdes Rosé são elaborados com a casta Espadeiro.