20 de outubro de 2016

Segundo encontro de Tudo de Vinho e Enodicas em Pernanbuco


Pela segunda vez as Sommelières em formação e autoras dos Blogs Tudo de Vinho.com (eu!) e Enodicas.com.br (Julieta Japiassu) se encontraram em Recife, mas desta vez na Reserva do Paiva, para um bate papo informal e degustação despretensiosa de bons alguns bons vinhos, mas claro!

Por sugestão da Ju, almoçamos no restaurante do Sheraton Reserva do Paiva Hotel.

O céu estava azul, o mar estava azul, e a tarde não poderia ter sido mais agradável!

E indo direto ao que interessa, abrimos os trabalhos com o delicioso espumante nacional Chandon Rèserve Brut, já nosso velho conhecido:



Com muito calor e curtindo a agradável refrescância do espumante servido geladinho, pulei a entrada e fui direto para o prato principal, um gostoso e leve prato de pasta com molho de camarões:



E para acompanhar a pasta, escolhemos o Carmen Classic Sauvignon Blanc 2015 produzido no Valle Central, Chile, da Bodega Viña Carmen. Vinho aromático, leve e refrescante, com excelente relação entre custo e benefício.


Aproveitei o passeio para tirar algumas fotos novas legais para o Blog (e elas virão por aí, logo logo), e a Ju gentil e pacientemente ma ajudou nessa ingrata missão.

Obrigada, Ju!!! Espero encontrá-la de novo em breve, amiga :-)

15 de outubro de 2016

Soteio da Sacola de Compra

E a sortuda no sorteio de hoje foi...


E no dia 15 de novembro teremos o sorteio da caneca branca de porcelana, linda, e no dia 15 de dezembro teremos o sorteio de um presente de Natal.

Cadastre o seu e-mail e não perca essa oportunidade!!!

11 de outubro de 2016

Entendendo os rótulos dos vinhos da Itália e França

Uma das maiores dificuldades dos iniciantes no mundo do vinho é conhecer todos os termos e expressões e interpretar todas as informações que constam nos rótulos das garrafas de vinho.

Como saber o que estamos comprando sem precisar ser um expert no assunto?  Como acertar na hora de comprar um vinho ou de indicar uma compra para um amigo?

E essa missão não é mesmo nada simples, porque na maioria dos países do Velho Mundo, a exemplo principalmente da Itália e da França, nos vinhos de denominação de origem controlada não há indicação do tipo ou dos tipos de uva no rótulo, constando geralmente apenas o nome da região, sub-região ou até mesmo do Château ou Maison.

É o caso, por exemplo, dos tradicionais vinhos italianos:
  • Amarone della Valpolicella ou simplesmente Amarone (blend das uvas autóctones Corvina ou Corvinone e Rondinella produzido na região de Valpolicella); 
  • Barolo (varietal com a uva Nebbiolo produzido na região do Piemonte); 
  • Chianti (blend com as uvas Sangiovese (de 75% a 100%), Canaiolo (até 10%) e uvas internacionais como Cabernet Sauvignon, Merlot ou Syrah (até 20%), vinho carinhosamente apelidado como o "Bordeaux italiano", produzido na região de Chianti, Toscana);
  • o delicioso Brunello de Montalcino (varietal com a uva Brunello, nome dado à Sangiovese cultivada no local, produzido na região de Montalcino, Toscana) (foto abaixo):

Fonte: Occhio Nero

E também dos vinhos clássicos franceses:
  • Borgonha tinto (varietal com a uva Pinot Noir) e Borgonha branco (varietal com a uva Chardonnay ou com a uva Aligoté, mas os vinhos com esta última nunca chegam até aqui, a produção é pequena e se destina aos locais, sorte deles!); 
  • Bordeaux tinto (blend das uvas Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, e em menores proporções Malbec e Petit Verdot) e Bordeaux branco (varietal com a uva Sauvignon Blanc ou blend com as uvas Sauvignon Blanc, Semillón e em menor proporção a Mucadelle); margem direita (predomina a tinta Merlot) e margem esquerda (predomina a tinta Cabernet Sauvignon) (foto abaixo);
  • Champagne (vinho espumante feito com assemblage da uva branca Chardonnay e das uvas tintas Pinot Noir e Pinot Meunier, produzido na região de Champagne); 
  • Chablis (varietal com a uva Chardonnay); 
  • Beaujolais (varietal com a uva Gamay).


E por aí vai... A lista é longa e parece não acabar mais!!!

Fica ainda mais difícil de saber o que estamos comprando ou consumindo se os vinhos forem de mesa, Vino da Tavola para os italianos e Vin de Table para os franceses, porque aí no rótulo não pode haver nem indicação da uva, nem da região produtora, e nem mesmo da safra, pois isso afronta as regras e regulamentos de apelação ou denominação controlada!

Bem, para facilitar essa jornada pelo mundo do vinho afora, segue uma listinha básica com os termos de designação de classificação dos vinhos, bem como o significado de algumas expressões bem comuns, que aparecem em quase todos rótulos, e que poderão ajudá-lo nessa missão:

NA ITÁLIA:

Termos de classificação dos vinhos italianos:
  • Vino da Tavola: vinho de mesa ou o "vinho da casa" italiano, o vinho popular e econômico, feito com uvas viníferas diversas, mas geralmente sem indicação de casta, de região ou de safra, Não há regras para a produção do Vino da Tavola, e todas as escolhas, da videira à garrafa, ficam a cargo do produtor/enólogo;
  • IGT Indicazione Geografica Tipica: em escala crescente de superioridade e qualidade, é o segundo de quatro classificações de vinho reconhecidas pelo governo da Itália, são rotulados com a localidade de sua criação (territórios mais amplos e abrangentes), mas não satisfazem os requisitos das DOC ou DOCG, designações mais rigorosas (e territorialmente menores). É considerado globalmente equivalente ao francês vin de pays;
  • DOC Denomianazione di Origene Controllata: é o terceiro de quatro classificações, uma etiqueta de garantia de qualidade, produção e procedência para os vinhos italianos. O sistema baseia-se no Francês Appellation d'Origine Contrôlée (AOC), e foi introduzido pelo governo italiano em 1963 e revisto em 1992 para dar cumprimento à legislação da União Europeia sobre as denominações geográficas de origem protegidas, que entrou em vigor naquele ano;
  • DOCG Denomianazione di Origene Controllata e Garantida: é a mais alta etiqueta de garantia dos vinhos italianos. A necessidade de uma identificação DOCG surgiu quando a designação DOC foi, na opinião de muitas indústrias de alimentos italianos, dado demasiado liberal para diferentes produtos. Uma nova identificação mais rígida e restritiva foi então criada, mas qualitativamente diferente. O Termo "garantida" significa que todos os produtos finais dessa apelação são testados por especialidades para garantia da qualidade.


Expressões comuns nos rótulos:
  • Amabile: Semi-doce;
  • Azienda: Produtor;
  • Bianco: Branco;
  • Chiaretto: Rosé;
  • Classico: produzido na área mais antiga e tradicional da região;
  • Dolce: Doce;
  • Fattoria: Propriedade;
  • Novello: Vinhos muito jovens, colocados à venda logo após a fermentação, e que devem ser consumidos em até 3 meses;
  • Passito: Feito com uvas passificadas (uvas passas), que passaram por uma processo de passificação (desidratação);
  • Riserva: Vinho que passou por um processo maior de envelhecimento
  • Rosso: Tinto;
  • Superiore: indica um teor alcóolico ligeiramente maior do que o normal, geralmente de 0,5° a 1,0°;
  • Tenuta: Propriedade;
  • Outras informações: nome da uva; nome do vinhedo, nome da  sub-região de produção, se houver denominação de origem.

Fonte: Tango & Wine

NA FRANÇA:

Termos de classificação dos vinhos franceses (sistema antigo, em transição):
  • Vin de Table é o vinho de mesa francês, o vinho popular e econômico, e não há regras para a sua produção: pode ser produzido com qualquer tipo de uva, cultivada em qualquer região, com utilização da quaisquer meios de produção. A única exigência é que no rótulo frontal não pode haver menção nem do tipo (cepa,  casta) da uva, nem da safra, e nem da região em que foi produzido,  pois isso afronta as regras e regulamentos de appellation  contrôlée;
  • Vin de Pays um nível acima, abrange cerca de 150 appellations, classificação introduzida no ano de 1973 para promover vinhos regionais e para garantir vinhos decentes de maior qualidade para o consumo diário. Os rótulos frontais das garrafas podem indicar o tipo ou os tipos de uva, e também podem indicar o ano da safra e a região de procedência;
  • VDQS Vin Délimité de Qualité Superiore: representa menos de 2% da produção nacional, e foi oficialmente dada por extinta há alguns anos porque aparentemente os vinhos de preço baixo dessa classificação não são bons o bastante para serem promovidos à appellation contrôlée, tampouco interessam às autoridades que controlam a classificação dos vins de pays;
  • AOC Appellation d'Origine Contrôllé: nesta categoria entram os vinhos de designação de origem controlada, de qualidade superior em relação às demais classificações. Existem legislações específicas e um controle rigoroso do Governo e de Comissões não governamentais sobre os vinhos AOC, que só podem ser produzidos seguindo-se as regulamentações específicas de cada região.

Termos do atual sistema de classificação dos vinhos franceses:
  • Vin de France: Vinho sem identificação geográfica de região de produção. Em linhas gerais, veio para substituir os ent]ao chamados Vin de Table;
  • IGP Indication Géographique Protégée: Vinho com identificação geográfica, veio para substituir os Vin de Pays;
  • AOP Apellation d'Origine Protégée: vinho de apelação controlada produzido em uma região ou sub-região específica, somente os vinhos ali produzidos podem conter o nome da região ou sub-região no rótulo, veio para substituir os vinhos AOC Appellation d'Origine Contrôllé.

Para conhecer com um pouco mais de detalhes esse complexo sistema de classificação dos vinhos franceses, ler outro artigo que já publicamos aqui, A CLASSIFICAÇÃO DOS VINHOS FRANCESES.

Expressões comuns nos rótulos:
  • Château (em Bordeaux): Castelo, Propriedade;
  • Cru: Vinhedo delimitado específico, geralmente pequeno;
  • Côtes: Vinhedos de encosta;
  • Clos: Vinhedos murados;
  • Cuvée: Vinho de melhor qualidade da vinícola, obtido da primeira prensagem das uvas;
  • Cru / Cru Classé / Grand Cru / Grand Cru Clasé / Premier Cru: designação de hierarquia do Château / Domaine de acordo com a qualidade, são denomianção imutáveis conferidas por leis há decadas, e variam nas diferentes sub-regiões de Bordeaux e Borgonha;
  • Domaine (em Borgonha): Propriedade;
  • Maison: Mansão, Propriedade;
  • Mis em Bouteille au Château/Maioson/Domaine: Vinho engarrafado na própria vinícola, designa um vinho de qualidade melhor;
  • NM Negociant Manipulant: Comerciante do vinho;
  • NE Negociant Eleveur: Comerciante que traz e amadurece o vinho;
  • CM Cooperativa Manipulant: Cooperativa.

Fonte: Wine Seacher

E em Portugal e na Espanha a coisa é um pouco mais simples, falaremos sobre a terminologia dos rótulos dos vinhos desses dois países em um próximo post.

Fiquem ligados e aprendam mais!

    6 de outubro de 2016

    Redwood Creek Pinot Noir 2015



    Uma boa expressão do Pinot Noir californiano, esse vinho tinto meio seco (ou Demi-Sec, como preferir) não me agradou muito no primeiro gole, logo depois que eu abri a garrafa, mas ficou bem melhor, bem mais agradável e gostoso depois de uns 30 a 40 a minutos aerando na taça.

    Vinho do famoso produtor Reedwood Creek Winery, da Califórnia, Estados Unidos da América, feito pelo enólogo / winemaker Cal Denninson, com 100% da uva Pinot Noir, e sem indicação de safra no rótulo.

    De corpo médio e sem passagem por madeira, apresenta coloração rubi de média intensidade, aromas de cereja negra, floral (violeta) e um toque de especiarias doces. Na boca, depois de aerado era frutado, macio, suave e com um ligeiro final adocicado agradável.

    Bom vinho, de voa relação qualidade x preço.

    Comprado na Wine.com.br por R$ 46,75.

    5 de outubro de 2016

    Obikwa Pinotage 2015: Sul Africano meio seco delicioso


    Delicioso vinho tinto de corpo médio feito 100% com a uva Pinotage, a uva mais emblemática da África do Sul, resultado do cruzamento entre as uvas Pinot Noir e Cinsault (ou Hermitage), proveniente da região de Stellenbosch.

    O vinho leva o mesmo nome do Produtor, Obikwa, e que é também o nome de uma das tribos mais antigas da África do Sul, para a qual o avestruz, ave que ilustra o rótulo, representa força e vitalidade.

    Vinho amadurecido em tanques de inox, de cor rubi intenso, com aromas de frutas vermelhas maduras, com um toque de especiarias doces. Em boca é frutado, macio, gostoso e seco, com um leve adocicado nos primeiros goles, e que desaparece ao final.

    Muito gostoso, provado e aprovado.

    Excelente relação custo x benefício.

    Adquirido na Evino.com.br por R$ 56,00.

    4 de outubro de 2016

    Beaujolais Nouveau Rouge 2015, Mommessin


    Eu sou fã dos vinhos Beaujolais, produzidos 100% com a uva Gamay em uma sub-região ao sul da Borgonha e ao norte da cidade de Lyon, na França, são vinhos com denominação de origem controlada (AOC - Appellation d'origine contrôlée em francês).

    E adoro o Beaujolais Nouveau, consagrado o mais jovem de todos os vinhos, pois fica pronto para o consumo cerca de dois meses após a colheita (que ocorre entre os meses de agosto e setembro de cada ano). 

    Por ser o primeiro vinho da safra, é recebido pelos franceses toda terceira quinta-feira do mês de novembro com grande festa, onde se lê e se ouve a frase Le Beaujolais Nouveaux est arrivée!!!

    Se quiser saber mais sobre esse tipo de vinho, leia o artigo completo Vinho Beaujolais.

    São leves e frutados, fáceis de beber e de harmonizar com as mais variadas refeições, de baixo teor alcoólico (10% a 13%), que devem ser servidos mais frescos, a temperaturas mais baixas, de 14°C a 15°C, e que devem ser consumidos até 01 ano após a safra, ou começam a perder o aroma de frutas, o seu frescor e ficam insossos. Isso mesmo, se você tem um Beaujolais Nouveau em casa, beba imediatamente! Nada de guardar!

    E este vinho em particular, produzido pelo renomado produtor Mommessin, foi fermentado e brevemente envelhecido em tanques de aço inox, sem qualquer contato com madeira. Apresenta coloração rubi com de média intensidade com reflexos violáceos, aromas de frutas vermelhas com um leve floral, bom equilíbrio entre corpo (álcool) e acidez, de final ligeiro e gostoso.

    Garrafa adornada de um belíssimo rótulo, e que muda a cada safra. 

    À venda na Wine.com.br por R$ 95,00

    3 de outubro de 2016

    Burmester Extra Dry White Porto: um Porto Branco suave e fácil de beber


    Nem todo Vinho do Porto é tinto. E nem todo Vinho do Porto é doce.

    Este rótulo aqui, por exemplo, é um autêntico Vinho do Porto branco extra seco.

    Um vinho leve, suave e bem fácil de beber e de harmonizar, com 20% de graduação alcoólica, para ser servido resfriado, a 10°C sozinho, como aperitivo, ou como acompanhamento dos mais variados tipos de petiscos e entradas salgadas em geral,  sobremesas à base de frutas secas e cristalizadas, não muito doces. 

    Ou, como um bom Porto que é,  para ser servido entre 14°C a 18°C, se for servido para finalizar o jantar.

    Vinho pontuado, recebeu 84 pontos da revista especializada Wine Enthusiast Magazine.

    Produzido exclusivamente com uvas brancas, é inicialmente envelhecido em cubas de aço inoxidável e depois de 3 anos é misturado aos vinhos de outras safras / colheitas.

    De coloração amarelo palha clara (foto abaixo), com aromas de frutas cítricas, melão e pêssego, na boca é frutado e suave, com final levemente adocicado, conferindo um "que" de diferente a esse emblemático vinho fortificado de Portugal.

    Excelente relação entre custo e benefício, à venda na Wine.com.br por R$ 65,00.

    Vale a pena experimentar.