29 de fevereiro de 2016

ESSE VINHO É BOM OU É RUIM?


Sempre ouço essas perguntas, e confesso que adoro essa discussão :-) 

Vamos lá:

Não existem vinhos ruins!

Existem vinhos que agradam ao seu paladar, e existem vinhos que não agradam.

Se você prefere os vinhos mais leves e suaves, um vinho intenso e encorpado não o agradará, mas muito provavelmente será a escolha perfeita para aquele que prefere esse estilo de vinho.

Se você gosta de um vinho mais doce, um italiano Moscato D’Asti será perfeito para você. Mas esse vinho poderá não agradar àquele que prefere os vinhos secos, com quase nenhum açúcar residual.

Ok, Ok, confesso que há alguns meses experimentei um "Lambrusco Rosso" terribile... não consegui terminar a taça, na verdade torci o nariz e não consegui nem arriscar um segundo gole, e joguei tudo fora... Mas tem gente que adora aquilo vinho... 

Então, tem gente que gosta daquele vinho que o desagrada, e tem gente que não gosta do seu vinho preferido.

Existem vinhos que valem o que você pagou, e existem vinhos que não valem.

Se você for ao supermercado e comprar uma garrafa de vinho "Chalise Tinto Seco" a R$ 8,39 a garrafa, bem, esse vinho será bom, sim, considerando o quanto você pagou.

E se você comprar um super "Barolo Riserva Speciale DOCG", conhecido como "o Rei dos Vinhos e o Vinho dos Reis", ao custo de R$ 2.000,00 a garrafa, e abri-lo ainda jovem, antes que ele esteja no auge e pronto para ser consumido, bem, este vinho poderá desapontá-lo e você vai achar que ele não vale o quanto custa.

Então, definitivamente, não existem vinhos ruins.

Contudo, existem vinhos com imperfeições técnicas, em razão de ter havido algum tipo de comprometimento do produto em uma das fases da produção, engarrafamento e arrolhamento.

Mas encontrar vinhos nessas condições é raro, pois atualmente os produtores tomam todos os cuidados para não lançarem vinhos tecnicamente comprometidos no mercado.

E existem vinhos com defeito, tais como:

- vinho bouchonéebouchon em francês significa rolha, e bouchonée ou doença da rolha ocorre quando o vinho é infectado por uma substância química que surge a presença de fungos na rolha de cortiça (exclusivamente), e confere ao vinho um odor indesejável e desagradável de mofo;

- vinho oxidado: contato do vinho com o oxigênio em demasia, seja durante a produção ou já na garrafa em razão do ressacamento da rolha, por exemplo, conferindo ao vinho um odor indesejável de vinagre, de Vermute. Mas nem toda oxidação do vinho é ruim. Alguns vinhos altamente conceituados da Espanha sofrem uma micro-oxidação que garante tipicidade ao vinho. E os vinhos do Porto ou Jerez são vinho tradicionalmente oxidados durante a fase de produção, o que garante não só o dor e paladar característicos desses vinhos, como grande longevidade; e

- vinho “brett”: diminutivo de Brettanomyces, família de leveduras que pode atacar o vinho ou o mosto do vinho, na fase final da fermentação, conferindo-lhe aromas intensos de couro, suor e bacon, que em demasia encobrem o aroma frutado característico do vinho.

Encontrar uma garrafa de vinho com esses tipos de defeitos é bastante incomum.

Por fim, o vinho também pode apresentar defeitos em razão do armazenamento inadequado da garrafa, quando exposta a luz forte e altas temperaturas que alteram as características da bebida, e em locais com fortes odores que passam pelos poros da rolha de cortiça e contagiam o vinho. E os vinhos vedados com rolhas de cortiça devem ser armazenados na horizontal, sim, e em locais não muito secos, para que a rolha não resseque, encolha e permita a passagem de muito ar para a garrafa.

Então, já sabe: 

Não existem vinhos ruins.

Mas existem escolhas ruins que podem desagradar ao seu paladar e principalmente ao seu bolso. E existem vinhos imperfeitos tecnicamente ou com defeitos. 

Abraços e até o próximo post.

Espero que tenham gostado, e se gostaram compartilhem nas mídias sociais e ajudem-me a divulgar!

28 de fevereiro de 2016

VINHO BEAUJOLAIS


Era um fim de semana de noites quentes, e para acompanhar os jantares de sexta e sábado escolhi, sem medo de errar, vinhos Beaujolais (Bo-jo-lés) servidos em baldes com gelo.

Os Beaujolais são vinhos leves e frutados, fáceis de beber e de harmonizar com as mais variadas refeições, de baixo teor alcoólico (10% a 12%), e que devem ser servidos a temperaturas mais baixas, de 14°C a 15°C, assim como os brancos encorpados.

Produzidos em uma sub-região ao sul da Borgonha e ao norte da cidade de Lyon, na França, são vinhos com denominação de origem controlada (ou AOC - Appellation d'origine contrôlée em francês), o que significa que apenas os vinhos produzidos naquela sub-região podem ser chamados de Beaujolais.

Em 1951 foi criado o Beaujolais do tipo Nouveau, com o objetivo de capitalizar rapidamente os vinhateiros, uma vez que essa bebida era comercializada no mesmo ano da colheita.

Nos idos de 1980 o vinho ganhou alcance e notoriedade em escala mundial, e a região passou a sofrer com "a febre do Beaujolais Nouveau".


Por ser leve e muito fácil de beber criou-se uma demanda insaciável de Nouveaux, e os maiores produtores acabaram por elevar em demasia as suas produções, priorizando quantidade em detrimento de qualidade, comprometendo a imagem desse vinho e de toda a região.

Para se ter uma ideia, a produção aumentou de menos de 2 milhões de garrafas no final dos ano 50 para cerca de 90 milhões de garrafas anuais nos anos 90.

Atualmente, importantes produtores franceses estão a investir naquela região, produzindo vinhos de excelente qualidade e buscando a recuperação da boa imagem e da boa fama outrora comprometidas.

Os vinhos Beaujolais são vinhos monovarietais ou varietais (predominância de uma variedade de uva, diferem dos vinhos de corte ou "blends", explico melhor em outro post depois) e podem ser brancos, feitos 100% da uva Chardonnay, ou rosés e tintos, feitos 100% da uva Gamay.

São elaborados pelo processo de “maceração carbônica”, pelo qual as uvas fermentam em cubas sem desengaçamento e esmagamento, e a pele da uva é estourada naturalmente após a adição de gás carbônico, dando início à fermentação alcoólica. O objetivo desse método de vinificação é exatamente o de obter um vinho bastante fresco e frutado.

Os tintos classificam-se em:
  • Beaujolais Nouveau: leve e frutado. Vinho jovem que fica pronto para o consumo cerca de dois meses após a colheita (que ocorre entre os meses de agosto e setembro de cada ano), e é recebido pelos franceses na terceira quinta-feira do mês de novembro, que comemoram a chegada do primeiro vinho da safra com a frase "Le Beaujolais Nouveaux est arrivée!!!"
  • Beaujolais (básico): leve, frutado e aromático. Representa a maior parte da produção, chegando a 53 hl  (1 hectolitro = 100 litros) por ano. É comercializado durante o ano todo como um vinho das quatro estações. Fácil de harmonizar, adapta-se a diversas culinárias. Deve ser consumido em um ano ou dois a partir do ano da safra / colheita
  • Beaujolais-Village: Floral, frutado e mais encorpado que os anteriores. Anualmente são produzidos em torno de 50 hl de Beaujolais-Village nos 6,000 ha de vinha cultivadas por cerca de 1.250 viticultores. Alguns produtores envelhecem os vinhos em barris de carvalho para deixá-los mais macios, complexos e estruturados.


  • Beaujolais Cru: Produzidos nos melhores terroirs ao norte, ostentam no rótulo a apelação específica de sua comuna (Village), sem menção ao nome Beaujolais. Ao beber um AOC Moulin-à-Vin ou Fleurie, se está bebendo um Beaujolais. Na década de 50 o Beaujolais Cru valia o mesmo que os Grand Crus da Borgonha, e que hoje valem cerca de 10 vezes mais. Existem apenas 10 Beaujolais Cru: Saint-Amour, Julienas, Chenas, Moulin-à-Vent (o mais renomado), Fleurie, Chiroubles (tido como o mais elegante), Morgon (o mais encorpado), Regnié, Broully e Côte de Broully. Podem ser conservados mais tempo do que outros Beaujolais (de 5 a 10 anos) e tornar-se melhor com o passar do tempo (mapa abaixo):


Quanto aos brancos e rosés, hoje esses vinhos são raros, sendo grande parte do branco produzido nessa Appellation vendida como "St Véran".

Aos meus conterrâneos de Cuiabá, sugiro que experimentem um Beaujolais servido quase gelado para acompanhar as refeições mais leves do dia-a-dia.

Espero ter esgotado o assunto, que tenham gostado do conteúdo e que compartilhem e ajudem a divulgar.



Beaujolais Noveau, Beaujolais e Beaujolais-Village

Olá, 
Obrigada por visitar o Blog Tudo de Vinho e seja bem-vindo.
Em outubro de 2016 eu fiz a migração do conteúdo do Blog para outra plataforma, com novo layout e identidade visual.
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Obrigada e espero você por lá :-)
Cris Spinola Faria
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26/02/2016, Atibaia – SP.

Produtor:
Mommessin
Vinho:
Beaujolais
Uva(s):
100% Gamay
Safra:
2014
País:
França
Região:
Quincié-em-Beaujolais
Preço:
$
Classificação:
***
Leve e frutado.

Degustado em 27/02/2016.
Jantar. Atibaia – SP.

Produtor:
Georges Duboeuf
Vinho:
Beaujolais Noveau AOC
Uva(s):
100% Gamay
Safra:
2014
País:
França
Região:
Quincié-em-Beaujolais
Preço:
$
Classificação:
***
Leve e frutado.

Degustado em 28/02/2016.
Aperitivo. São Paulo – SP.

Produtor:
Louis Latour
Vinho:
Beaujolais-Villages AOC
Uva(s):
100% Gamay
Safra:
2013
País:
França
Região:
A. Beaune, Cóte-D'or
Preço:
$$
Classificação:
***

27 de fevereiro de 2016

Santa Margherita Pinot Grigio 2013

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26/02/2016, Atibaia – SP.

Produtor:
Santa Margherita
Vinho:
Pinot Grigio
Uva(s):
Pinot Grigio
Safra:
2013
País:
Itália
Região:
Valdadige DOC 
Preço:
$
Classificação:
***
Leve e refrescante.

24 de fevereiro de 2016

UM ESPAÇO PARA FALAR DE TUDO SOBRE VINHOS


Assumi de uma vez por todas a minha paixão por vinhos, e que já vem de longa data.

Há algum tempo tenho tido o interesse e a oportunidade de fazer cursos, estudar bibliografias nacionais e estrangeiras de renomados especialistas no assunto, e participar de eventos de degustações e harmonizações de vinhos.

Recentemente pude visitar a Itália, onde tive a grata satisfação de consumir vinhos de altíssima qualidade em todas as refeições (sim, tomei vinho no café da manhã, no almoço e no jantar todos os dias da minha viagem). E pude visitar e me encantar com uma conceituada vinícola produtora de Chianti Classico (e também de azeite extra vigem de sabor inigualável, e que eu trouxe para casa, claro).

Em breve farei um post só para falar dessa visita à vinícola na Toscana.

Eu já havia antes visitado duas vinícolas no Chile (Concha Y Toro e Undurraga), e me interessei ainda mais com essa imersão ao mundo dos vinhos italianos, um dos melhores do mundo ao lado dos vinhos franceses, na minha modesta e sincera opinião.

De lá pra cá a minha paixão e curiosidade por essa bebida tão especial só aumentaram. 

E não podia mesmo ser diferente. 

Surgiu daí a necessidade de estudar e me aprofundar ainda mais, de levar esse hobby a sério, e de registrar, do meu ponto de vista e ao meu modo, tudo que estou a descobrir e aprender sobre o mundo dos vinhos. 

E de registrar também os vinhos que estou a consumir em casa, em cursos, restaurantes ou eventos, de modo formal ou informal, e de registrar os pratos que faço para harmonizar (sim, compartilharei as minhas próprias receitas aqui de quando em quando, se der certo...).

Este prato aí embaixo deu super certo :-)



Penne Ubriaco
Pretendo registrar também as minhas experiências com os diversos cursos, eventos, lojas de vinho e inclusive com os Somelliers que tenho tido o prazer de conhecer nessa jornada, e que me ensinam mais e mais a cada dia sobre o fascinante mundo dos vinhos.

É tanta informação, mas tanta informação, que eu precisava mesmo começar a registrar.

Enfim, este será um espaço aberto e despretensioso para falar de tudo e sobre tudo de vinho.

Tentarei preparar ao menos um post por semana, recheado de informação.

Espero que gostem :-)


Vino di Tavola em Florença
E àqueles que consomem vinho eventual ou até raramente; àqueles que acham que vinho tinto só combina com dias frios e que deve ser bebido no fim da noite; e que vinho branco ou rosé "não tem graça", bem, aos que assim pensam, fica aqui a minha tentativa de aguçar ao menos um pouco a curiosidade dessas pessoas para ingressarem, ainda que de leve e brevemente, no mundo desse líquido mágico, enigmático e vivo.

E brindemos ao vinho!!!

13 de fevereiro de 2016

Bellevie Pavillon Rouge 2014

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Degustado em 20/04/2016, São Paulo - SP.

Produtor:
Bellevie Pavillon
Vinho:
Bellevie Pavillon Rouge
Uva(s):
Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot
Safra:
2014
País:
França
Região:
Bordeaux
Preço:
$
Classificação:
***

7 de fevereiro de 2016

La Croix Bordeaux Supérieur 2010

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17/04/2016, São Paulo - SP.
 
Produtor:
Château Féret-Lambert
Vinho:
La Croix Bordeaux Supérieur
Uva(s):
Merlot 90% e 
Cabernet Sauvignon 10%
Safra:
2010
País:
França
Região:
Bordeaux
Preço:
$
Classificação:
***

*** NOTA: 
A expressão Supérieur nos rótulos dos vinhos franceses significa que o vinho possui teor alcoólico acima (superior) ao limite regulamentado para a região de  Appellation d'origine contrôlée, no caso, Bordeaux.

6 de fevereiro de 2016

Grand Theatre Pinot Noir 2012

18/04/2016, São Paulo - SP
 
Produtor:
Univitis
Vinho:
Grand Theatre
Uva(s):
Pinot Noir
Safra:
2012
País:
França
Região:
Córsega
Preço:
$
Classificação:
***