29 de junho de 2016

Com ou sem Taxa de Rolha?


Comprar vinhos estrangeiros no Brasil, ainda que diretamente de uma importadora, é absurdamente caro! 

Costumamos pagar aqui cerca de R$ 500,00 a R$ 1.000,00 em um garrafa de vinho de qualidade superior, mas que nos estados Unidos da América custaria cerca de USD 30 a USD 40, e na Europa em torno disso ou o equivalente em Euros.

E os vinhos nacionais também não são nada baratos. 


Diferente do que acontece em outros países, 
a exemplo da França com o Vin de Table ou atualmente Vin de France; da Itália com o Vino da Tavola; ou em Portugal com o Vinho de Mesa, é possível adquirir vinhos econômicos que custam entre 3 a 5 Euros (menos de vinte rais), e também no Chile encontram-se vinhos no Supermercado de 3000 a 4000 pesos chilenos (menos de vinte reais), aqui no Brasil, lamentavelmente, os preços dos vinhos mais básicos feitos com uvas viníferas custam muito, mas muito mais caro. 

Não bastasse isso, ao chegarmos nos bares e restaurantes nos deparamos com vinhos que chegam a custar 5, 6, 7 e até 10 vezes mais o valor do produto na importadora ou no comércio.

Por conta desse disparate, vem crescendo o número de clientes que preferem comprar os seus próprios vinhos diretamente da importadora ou da loja de sua escolha, e levá-los de casa aos bares e restaurantes para degustá-los lá, no estabelecimento, acompanhando o prato ou o aperitivo que desejar.

E essa é, na verdade, uma tendência mundial, e que virou moda na Europa a partir do início dos anos 2000 com a popularização da prática do BYOB (Bring Your Own Bottle), sigla criada nos Estados Unidos da América e que significa “Traga Sua Própria Bebida" em Português.



Por lá, os bares e restaurantes permitem e até incentivam cada vez mais que os seus clientes tragam suas próprias bebidas de casa cobrando uma pequena taxa pelo serviço, e que aqui no Brasil se chama "Taxa de Rolha".

O assunto é bastante controverso, pois para servir ao cliente o vinho que ele trouxe de casa o estabelecimento disponibiliza seus garçons, maitrês ou sommeliers, além de disponibilizar o uso de suas taças, guardanapos, decânteres e até balde de água com gelo para servir os vinhos espumantes, brancos e rosés na temperatura ideal.

Se levarmos tudo isso em consideração, a cobrança da "Taxa de Rolha" não é indevida, não.


O problema é ter de pagar caro, muito caro, por isso. 


E eu, particularmente, interpreto os valores altos da "Taxa de Rolha" como uma mensagem clara do estabelecimento de que O MEU VINHO NÃO É BEM VINDO ALI.

O que fazer então?

Como escapar dos preços exorbitantes das garrafas de vinhos nos restaurantes? 

E como escapar das caras "Taxa de Rolha" cobradas por alguns estabelecimentos, e que querem desincentivá-lo a levar seu próprio vinho de casa?


Bem, por meio de alguns clubes de vinhos como o SOCIEDADE DA MESA, e de algumas escolas de formação de Sommeliers a exemplo da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SOMMELIERS - SP, é possível obter isenção total do pagamento da "Taxa de Rolha" em uma série de bares e restaurantes espalhados pela cidade, e eu dou preferência absoluta a esses estabelecimentos.

Também lanço mão do aplicativo "Taxa de Rolha" para celulares (www.taxaderolha.com.br), pelo qual é possível encontrar, de acordo com a sua localização, bares e restaurantes que cobram e que não cobram a "Taxa de Rolha", e saber os valores que estão sendo cobrados por cada qual, a fim de ajudá-lo na escolha:




Use e abuse desse aplicativo e leve seus vinhos aos bares e restaurantes que escolher, sabendo e concordando, de antemão, se vai pagar a "Taxa de Rolha", e o quanto vai pagar por isso.

Contudo, sugiro antes seguir alguns protocolos básicos (ou regras de etiquetas) para esse tipo de situação:

  • sempre ligue no estabelecimento confirmando se há ou não há a cobrança da "Taxa de Rolha" para evitar surpresas desagradáveis; 
  • confirme se há cobrança para dois ou mais vinhos ou somente para a primeira garrafa; 
  • informe os vinhos que pretende levar para se certificar de que a casa não possui aquele mesmo vinho em sua Carta (o estabelecimento pode se negar a deixar você consumir o vinho que levou de casa se tiver o mesmo vinho à venda no local); 
  • reserve uma mesa, leve os seus vinhos, seja e sinta-se muito bem-vindo.

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